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crônicas, contos e poesias

domingo, 30 de setembro de 2012

Falta conteúdo



É com  um ano e meio de vida mais ou menos, que as crianças arriscam as primeiras palavras, emitindo sons que a gente não entende, sons tipo:"blá, blá, blá" ou "der, der, der" e outros, nos agraciando com tanta ternura, fazendo com que a gente decifre cada sinal. Imagino se colocarmos um microfone na mão de um bebê desse e gravar esses ruídos.
Ouro tipo que a gente não entende, são as pessoas que possuem algum problema psiquiátrico, que perambulam a noite entre os corredores de um manicômio, vestindo roupas de enfermo, fazendo gestos com as mãos e também emitindo sons com a boca, tentando comunicar com as pessoas, com o mundo, com eles mesmo, ou com seres que só eles enxergam, sons que soam tipo: "Lá, lá, lá" e etc.
Imagino se dermos um microfone nas mãos de um bebê ou de um maluco ausente de capacidades intelectuais, gravando-os num cd, dvd, ou disponibilizando na web, seria um grande sucesso, entrando na onda dos sertanejos universitários, que lotam recintos de exposições, rodeios e outras festas do gênero, cantando músicas que possuem frases tipo: "Eu quero tchu, eu quero tchá", ou "tche, tchererêrê, tchê, tchê" ou "Bará, bará, berê". Músicas com no mínimo 3 minutos, sem conteúdo algum a não ser sexista e machista.
Com o mesmo tempo que o cantor do momento gastou dizendo tche, tcherêrê, tchê, tchê", Renato Russo disse: "É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã".
Agora, qual das duas frases é mais útil para a aprendizagem de uma pessoa? E qual é a ideologia de quem canta, "Bará, bará, berê"?

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