supercrônico

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crônicas, contos e poesias

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O repertório de Seu Armando

Ele tem mania de cantar toda vez que exerce qualquer ato simples do seu dia-dia. Ele canta quando toma banho, canta quando faz a barba, canta enquanto se troca, canta quando dirige, quando bebe uma gelada com os amigos ou enquanto aguarda por alguém. Gostar de cantar nem sempre quer dizer saber cantar, mas ele canta pra relaxar das horas tensas de trabalho ou pra acelerar os minutos de espera por qualquer coisa e o seu repertório consiste em canções tais como;

"Comer Tatu é bom, pena que da dor nas costas..."

E ás vezes também canta:

"Hoje a Jurupoca vai piar, vai, vai piar a noite inteira...

Ele vira uma criança quando cantarola os sucessos que lhe marcaram a vida, do brega ao moderno, sem deixar de falar da música:

"O mundo não acaba aquí, o mundo ainda esta de pé..."

Me lembro que quando eu era criança e ele cantava assim antes de viajar, já com a mala cheia de roupas em punho, de bigode preto vistoso, perfumado e o cabelo penteado com TRIM, sempre com as unhas de cada dedo mindinho por cortar:

"Tchau pititico, tchau, tchau, cuida bem da mamãe pra mim..."

Na mala carregava uma calça, camisetas, um par de chinelo de dedo, pente fino de bolso e um frasco de talco em pó GRANADO e quando voltava da mesma viagem ou outras cantava:

"As andorinhas voltaram e eu também voltei..."

E eu ria dele quando cantava;

"Ai, ai, ai, carrapato também cai, tropicou no pé da mãe, foi parar no pé do pai.

E era sempre assim, começava a cantar e não dava continuidade a mesma música, cantando apenas o trecho da letra que sabia da música, sendo esse um pequeno resumo do seu vasto repertório, sempre do jeito dele, desafinado, porém animado, dançando desengonçado e voltando novamente pro início do mesmo trecho e quando não sabia a letra ele apenas assobiava a melodia, mexendo os dedinhos erguidos e a cabeça também, pois lembro me também, não faz muito tempo ele me virou e disse que tinha feito uma canção e essa canção era:

"Benzin, benzin, o que se qué com o benzin, o que se qué com o benzin..."

Pô, já pensou se a moda pega... Quem me dera poder herdar esse dom também...Hahahahahaha!!!!


sábado, 17 de novembro de 2012

Pelos pêlos



Os pêlos humanos me deixam um tanto pasmo, digo pois se você pegar qualquer um de qualquer parte do corpo e medir, você verá que ele tem um tamanho e se você medi-lo novamente daqui um mês ou depois ele continuará com o mesmo tamanho caso você não corte-o, ou seja, ele fica no mesmo lugar e com a mesma medida, mas se você cortá-lo logo ele crescerá e voltará ao mesmo tamanho, parece bobo, mas eu particularmente acho isso muito curioso, é como se fosse uma árvore que crescesse até um certo tamanho permanecendo assim por anos e toda vez que você cortá-la ao invés de ficar pequena e no tamanho do corte, ela crescerá e voltará ao mesmo tamanho de antes, nem mais, nem menos.
 Pêlos estes que são curtos, que são longos, que são descoloridos, que são raspados, que crescem tipo Tony Ramos ou no "Caminho da felicidade", que quase não tem utilidade, porém nasce em lugares inusitados tipo: axilas, orelhas, nariz, nádegas, região pubiana e até no... deixa pra lá, mas registram tais sensações como o medo, vergonha e excitação quando se arrepiam.
Mas não me esqueço quando trabalhava de balconista em uma rede de fast food e um senhor encostou no balcão e me fez um pedido, perguntei umas 2 ou 3 vezes o que ele queria por não entender e ele me respondia pacientemente toda vez que eu a perguntava.
É que eu não conseguia prestar atenção no que ele falava, pois os pêlos do nariz dele me chamava mais atenção do que qualquer outra coisa no momento. Nunca fui de reparar nessas coisas mas aquele dia foi inevitável, era uma força maior que eu e incontrolável.
Eles saiám grizalhos pra fora como pontas de pincéis em cada narina, abrindo e fechando como um balé cinzento toda vez que ele respirava pingando ranho úmido, e outros pêlos surgiam do lado de fora do nariz seguindo a linha externa da cartilagem e emendando  com os que saiam das cavidades nasais, como uma obra de arte abstrata e contemporânea. Me deu vontade de perguntá-lo o porque não cortava aquele estranho cultivo, talvez ele me responderia que era por falta de tempo, ou por falta de disposição, ou porque sentia dor ao podá-los, ou por amor a eles, ou revolta por ter sido deixado por um grande amor do passado, ou por ser um manifesto artístico ou político, ou por querer chamar atenção uma vez que era um homem carente, ou por ser uma nova tendência de moda que até então eu não conhecia. Enfim, os motivos eram muitos.
A língua e o céu da boca coçou parar perguntá-lo e assim matar minha curiosidade e quando abri a boca eu disse: "Logo seu lanche ficará pronto, pode aguardar em uma das mesas".

domingo, 11 de novembro de 2012

De volta ao passado recente



Uma das coisas que eu mais gosto é de dormir depois de um bom almoço, principalmente nos dias de domingo enquanto cai aquela chuva fina lá fora fazendo o dia ficar mais frio, e só acordar pra então assistir o jogo do meu time de coração, ruim é quando se dorme demais e ao chegar noite, quando for a hora de dormir mesmo e a gente perde o sono, e foi num dia desse em que liguei o PC na espera do mesmo, "pra enfim cair nos braços de Morfeu" que acessei a internet e a minha rede social, que reencontrei um amigo de infância que também se queixava por estar sem sono.
Durante a conversa, ríamos da época em que morávamos na mesma rua, dos apelidos constrangedores, das primeiras tentativas de se conquistar uma garota, das paixões não correspondidas, das brincadeiras, de soltar pipa, jogar "betcha", biroca, futebol na rua, cujo o gol era um par de chinelos.
Também lembramos de quando apertávamos a campainha dos vizinhos e saiamos correndo, das vidraças que quebrávamos  das brigas desnecessárias e da febre dos mobileteiros que circulavam em massa nas avenidas da cidade. Naquela época não existia internet, celular e toda essa parafernália que a tecnologia nos oferece e nos divertíamos ao nosso modo, ao contrário das crianças de hoje em dia que são dependentes disso tudo.
 O papo que se prolongou por horas da madrugada mas o sono não vinha, me remetendo a um passado que parece recente e que ao avaliar já faz muito tempo, estando ele fresco nas nossas memórias dando a sensação de tudo aquilo ter acontecido a pouco tempo.
No meio da conversa ele me perguntou o que eu mudaria na minha vida caso eu tivesse a oportunidade de voltar naquele tempo, pensei comigo e sem responde-lo disse a mim mesmo que eu, nesse caso, reclamaria menos daquela vida sem compromisso, de acordar tarde, só brincando, estudando e sem contas para pagar, pois eramos felizes e não sabia. Reclamaria menos da escola e daria mais atenção a essa, nos professores e nas aulas chatas de matemática, porém, mais chato que as aulas de matemática é saber que na vida adulta dela e de outras ciências a gente não aprendeu nada e por isso nos faz falta em tais situações da vida contemporânea.
Daria também mais valor a família e aos bons amigos que não vejo mais, que na qual sinto saudades e torço pra que eu cruze com um desses pelas ruas, pra dar um abraço, falando um para o outro como esta a vida atual de cada.
Mas pensei... Pensei... E dei a ele uma resposta diferente, dizendo que "evitaria situações que me coloca na posição que na qual me encontro", de um passado esse bem recente.
Não sei se ele entendeu, mas o papo se prolongou por mais umas horas e nos despedimos assim que o sono chegou.

domingo, 21 de outubro de 2012

Voar, voando



As crianças são dotadas de sonhos e fantasias, muitas vezes absurdas indo além da realidade, alimentadas pelas suas imaginações férteis e criativas. Uma dessas fantasias de criança é o desejo de voar e eu não vou negar que compartilhava dessa, subindo em plataformas elevadas, saltando e batendo os braços como se fosse um pássaro tentando, voar no céu vendo a Terra lá do alto, as casas e os prédios pequenos tipo caixas de remédio e as pessoas como se fossem formigas. Oras subia de volta a plataforma e saltava com os dois braços esticados, intercalando com outras maneiras de tentativas de voô, influenciado por heróis de filmes de ação, mas a força da gravidade me puxava logo em seguida pro chão e para a realidade. Pois, bastou amadurecer para entender que esse era um dom natural dado as aves, aos pássaros, insetos ou à máquinas com artifícios mecânicos e elétricos feitos para a locomoção aérea.
Mas esse sonho voltou à tona por esses dias, despertando novamente o mesmo desejo de voar da infância, para voar do meu quarto ao banheiro, da sala a cozinha e outros cômodos do meu apartamento. Isso tudo porquê o vizinho do 12, apartamento que fica debaixo do meu, se incomoda com o som dos meus passos, que na qual ele ouve do quarto dele enquanto eu caminho, porém, que ele saiba bem que tais ruídos que possam incomodá-lo e a outros vizinhos, tipo, televisão, rádio, eletrodomésticos e outros, eu evito á partir de certo horário, mas de caminhar não dá, a não ser que a tecnologia desenvolva para condomínios um start antigravitacional, tipo um botão interruptor igual ao de acender a luz, cujo você aperte e você flutue, como os das naves espaciais da Nasa, para se locomover dentro do apartamento sem tocar os pés no chão.
Mas é impossível e cabe a ele deitar , esticar o corpo se relaxando no conforto do seu colchão, esticando-se, fechando os olhos, respirando e se desligando do mundo, enquanto eu, um reles ser humano que não voa e nem flutua,  ver da janela os pássaros, esses, que por sua vez sabem voar de verdade.

sábado, 13 de outubro de 2012

... E a culpa é do técnico

O futebol é o esporte favorito dos brasileiros e de outros países admiradores do esporte, mas um grande percentual não entende nada de esquema tático, achando que é só colocar 11 jogadores de cada lado que um time joga conra  outro independente da posição, uma vez que é só alguém acertar o gol chutando a bola pra marcar pontos e quem marcar mais pontos é o vencedor, e não é bem assim.
No futebol existe várias funções designadas a cada jogador dentro de um time, que pode ser de defesa, ataque e armação. O técnico por sua vez, enxerga o seu time como se enxergasse um tabuleiro de xadrez, por cima, cujo a peça a mexer pode deixar o jogo ofensivo, defensivo, criativo e assim por diante, fazendo com que essa peça que foi mexida possa mudar o resultado, tornando o time vencedor da partida ou até mantê-lo caso já esteja vencendo.
Mas vejo em algumas partidas de times nacionais e até da Seleção brasileira de futebol, o técnico do time que esta perdendo ser chamado de burro e dalí uns dias ser demitido, criticado pela torcida e pela grande mídia, acusado de não ter feito algumas alterações, ou que as alterações feitas na partida não foram sucessivas. Mas eu parto da seguinte opinião; de quem marca o gol não é o técnico, de quem tira a bola do adversário, quem cabeceia, quem lança, quem dribla, também não é o técnico e sim o jogador, pois o time não depende só do esquema tático e sim da força de vontade do jogador e de um bom elenco, pois um time pode ter a melhor forma de jogar, mas se não vencer não adianta nada.

domingo, 30 de setembro de 2012

Falta conteúdo



É com  um ano e meio de vida mais ou menos, que as crianças arriscam as primeiras palavras, emitindo sons que a gente não entende, sons tipo:"blá, blá, blá" ou "der, der, der" e outros, nos agraciando com tanta ternura, fazendo com que a gente decifre cada sinal. Imagino se colocarmos um microfone na mão de um bebê desse e gravar esses ruídos.
Ouro tipo que a gente não entende, são as pessoas que possuem algum problema psiquiátrico, que perambulam a noite entre os corredores de um manicômio, vestindo roupas de enfermo, fazendo gestos com as mãos e também emitindo sons com a boca, tentando comunicar com as pessoas, com o mundo, com eles mesmo, ou com seres que só eles enxergam, sons que soam tipo: "Lá, lá, lá" e etc.
Imagino se dermos um microfone nas mãos de um bebê ou de um maluco ausente de capacidades intelectuais, gravando-os num cd, dvd, ou disponibilizando na web, seria um grande sucesso, entrando na onda dos sertanejos universitários, que lotam recintos de exposições, rodeios e outras festas do gênero, cantando músicas que possuem frases tipo: "Eu quero tchu, eu quero tchá", ou "tche, tchererêrê, tchê, tchê" ou "Bará, bará, berê". Músicas com no mínimo 3 minutos, sem conteúdo algum a não ser sexista e machista.
Com o mesmo tempo que o cantor do momento gastou dizendo tche, tcherêrê, tchê, tchê", Renato Russo disse: "É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã".
Agora, qual das duas frases é mais útil para a aprendizagem de uma pessoa? E qual é a ideologia de quem canta, "Bará, bará, berê"?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SADOCASSETADAS



O sádico denota a excitação e prazer provocados pelo sofrimento alheio e, esse sofrimento pode ser provocado por ele mesmo com agressões físicas, verbais, situações vexatórias, ou apenas assistir de fora outro que agride da mesma maneira outra pessoa.
Podemos encontrar normalmente um sádico na cama com seu parceiro ou parceira masoquista, na rua, nos parques, no cinema, discretamente no meio social, praticando seu fetiche dentro do seu íntimo ou sentado no sofá de domingo, enquanto assiste o "Domingão do Faustão".
As "Vídeos Cassetadas" já é exibida à anos nas tardes dominicais no programa de Fausto Silva, na Rede Globo, sendo sucesso de audiência, arrancando risos do telespectador que admira esse tipo de vídeo. Esses vídeos normalmente são feitos por cinegrafistas amadores em câmeras domésticas, dessas que se usam pra filmar festinhas de aniversário, formaturas, casamentos, super atentas para flagrar um noivo caindo de cara no bolo, um pescador que é puxado pra dentro do rio por um peixe enorme, a tia velha que além de dançar desengonçado, ainda cai de vestido e as pernas abertas no meio do salão, o inusitado, pessoas, animais e crianças em situações constrangedoras.
Eu, particularmente não acho nada disso engraçado, pois, quando caio e me machuco sinto dor e dor é ruím, como posso achar a dor alheia prazerosa? Cabe a mim ou qualquer outra pessoa normal sentir pena.
Pior é saber que atrás de uma pessoa que esta se "dando mal" literalmente, tem um cinegrafista que filma até o fim a situação daquele que aparece no vídeo, sem socorre-lo, mas, pior ainda é que em volta do foco principal do vídeo, ás vezes tem varias pessoas que ao invés de ajudar riem dele.
Mas, diante de tantas questões sobre o caso que eu já disse, a "mais pior" de todas, como diz meu primo do interior, é quando crianças e animais são protagonistas do curta que vai de 5 segundos a 30 segundos, pois, os adultos são adultos, sabem do que fazem, mas crianças e animais se machucando, caindo, chorando e etc, não tem graça alguma e rir disso tudo no meu ponto de vista é maldade, sem demagogia alguma.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Vivendo levando ferro

Meu relax diário durava o tempo que eu gastava entre o levantar da cama e o início do trabalho, durante o despir do pijama, durante o banho quente matinal, durante o café e o pão na chapa, do escovar dos dentes e etc, porém, depois disso, era só levar ferro, no sentido literal da palavra. Digo pois descarregava toneladas dessa matéria-prima que vinham em caminhões, que vinham de longe, de outras cidades ou da mesma, durante todo o expediente,  guardando-os em armações separadas por tamanho e formas, também de ferro, soldado e chumbado. Tanto descarregava, quanto carregava nos veículos de clientes que solicitavam tipos diferentes desse material, ou seja, desse elemento químico de número atômico 26, que é extraído da natureza em forma de minério de ferro e assim por diante.
Eram metalons, chapas, lambrils, cantoneiras, barras, tubos cilindricos, ou cúbicos, ou retangulares, tanto oco quanto em ferro maciço, sólidos, rígidos, pesados, galvanizados ou não, que vinham lambuzados de uma graxa que por fim me lambuzava também ao encostar.
Tinha também um tal de ferro chato, que só não era chato devido a sua forma de tira, achatada, como também era chato pra carregar, manipular, pois ele se desdobrava dificultando o transporte, que por sí só era manual, totalmente braçal pra ser mais claro, ouvindo pessoas e pessoas dizendo: "Leve o ferro pra lá pra mim, depois traga-o pra cá" e assim passava o dia levando ferro, pra um lado e outro, desgastando-me fisicamente, mas agradecendo por ter emprego.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Nascendo com experiência profissional

Vir ao mundo, provir, ter origem, dar alegria a alguém ou alguns (pai, mãe, vovô, vovó e etc) que a tanto espera, com o choro ardido e esfomiado de alguém que demorará pra entender o motivo da sua vinda ao mundo.
 Nascer, verbo intransitivo, verbo irregular, do gerúndio nascendo, do particípio passado nascido, nascer é isso tudo e um pouco mais, mas só que, quem  é recém-nascido não sabe nada além de reivindicar peito de mãe e o aconchego quente do berço com a linguagem do choro, só sabem isso. Não sabem andar, não sabem falar, não sabem ler, não sabem cantar, não sabem entender o que se passa ao seu redor. Quem nos dera se eles nascessem com uma certa experiência, tipo: Enquanto mamam, enrolam com as pontas dos dedos os cabelos da mãe, com aquela mania de bebê manhoso, que faz micagem e, ao terminar de mamar, terminaria também um belo penteado. Seria esses, desde já um cabeleireiro?
Outro exemplo: Imagina um bebê que ao aprender andar, serviria os amigos do pai com drink´s e petiscos, nesse caso, podemos apostar num futuro de um promissor garçom.
Mas isso não acontece e nunca acontecerá, mesmo com a velocidade dos avanços da tecnologia e da ciência, digo por fugir da natureza do homem, pois tudo tem seu tempo fora que criança tem que ser criança.
Mas tem um tipo de gente que crê piamente que existe seres humanos assim, que já nascem sabendo tudo e todo tipo de profissão, e essa gente se chama: EMPREGADOR patrão, propriamente dito.
Sim, ele mesmo, sabe porquê? Pois toda vez que um cidadão a procura de emprego se vê diante de um indivíduo desse, ele ouve facilmente a pergunta: "O senhor tem experiência?"
Pra mim, trabalhador e empregador tem que ter uma troca direta de oportunidade, a empresa da a oportunidade de emprego, pra que esse seja um profissional experiente da área, e o trabalhador dará a oportunidade a empresa de ter um ótimo funcionário, que ajudará no crescimento da mesma, isso dependendo do esforço desse funcionário.
Mas ter experiência como, se ninguém nasceu sabendo? As pessoas só adquirem experiência exercendo tais atividades e pra exercer essas atividades necessitam de uma primeira oportunidade. 





Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.

-- William Shakespeare

domingo, 22 de janeiro de 2012

A arte de fazer bico

Podemos definir as numerações das principais artes em: Música, dança, pintura, escultura, teatro, pintura, cinema, fotografia, arte digital em geral e etc, todos em ordem crescente, referindo-se ao hábito de estabelecer números para designar manifestações artísticas,  tendo como exemplo a forma que Ricciotto Canuto se referia ao cinema, afirmando que ela era a 7ºarte em 1911.
Mas o tempo passou de lá pra cá, várias descobertas na forma de expressar sentimentos ocorreram além das já citadas e ninguém ousou em incluir como arte o ato de fazer 'bico'. Sim, isso mesmo, fazer bico, comprimir os músculos da face e dos lábios jogando-o pra frente, fazendo ou não rugas em volta da boca, tendo gente, ou artista, se é que podemos falar assim uma vez que fazer bico pode ser arte, que até fecha os olhos, dando maior ênfase emocional ao simples ato de fazer isso.
Os bicos, geralmente fazem parte da anatomia externa das aves, que é composto de uma mandíbula superior, o chamado maxilar, e uma parte inferior chamada de mandíbula, podendo variar de tamanho e forma de espécie para espécie.
No caso dos seres humanos, variam de sentimento pra sentimento pessoal, por exemplo: Na adolescência é comum os garotos acordarem e ainda sonolentos, levantarem da cama e ir direto pro sofá da sala sem arrumar a cama, escovar os dentes, pentear os cabelos e assim por diante e, basta ser repreendido pelo pai, ou pela mãe, ou por quem zela pela sua educação que esse indivíduo se torna um artista fazendo bico em sinal de "não gostei".
E ainda falando dos adolescentes, mas especificamente meninas, elas se reúnem no banheiro, de frente pro espelho e tiram várias fotos fazendo 'biquinhos', coincidentemente sem uma combinar com a outra, exibindo-as depois em páginas de redes sociais. São artistas que se reúnem, que se identificam nessa tribo juvenil e atual, trocando fotos fazendo 'bicos' diante de um espelho qualquer, que certamente eu iria morrer sem saber, que de repente pode expressar frases do tipo: "Essa balada ta legal" ou "Ai! Como eu to gatinha hoje" ou até "Sou fã do Restart" em uma simples expressão facial.
Os bicos dos casais de namorados vivem se encontrando por diversas vezes dando estalos molhados um no outro, ou percorrendo o corpo de ambos num climax alterado de amor, mas... Essa parte 'pula'.
Biquinhos femininos, coloridos de batom ou gloss, que brilham e encantam qualquer homem quando elas a intimam num beijo gostoso ou singelo selinho.
Cômicos são os bicos que as crianças fazem quando comem algo que não gosta, ou quando esta com fome, ou quando quer dizer algo que não consegue por ainda não dotar o dom de falar. Engraçado são os macacos no zoológico, que se exibem fazendo bico, batendo as mãos com os punhos cerrados no peito e pulando pra lá e pra cá dentro da jaula.
O malandro só é malandro quando faz bico, pois sem fazer bico não é malandro, por exemplo, imagine a frase: "Ta me tirando vacilão", dita naturalmente, sem fazer bico, imaginou? Agora imagina a mesma frase dita pelo malandro fazendo bico, além da ginga toda que só o malandro tem. Sentiu como ela ganha força e o quanto ela inibe o adversário?
Sendo assim, podemos dizer que o país com o maior número de artistas é frança, porém o jeito de falar deles é fazendo biquinho.
Pierre Weil e Roland Tompakow escreveram um livro chamado "O corpo fala" aonde os escritores definem a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal.
Você viu o quanto cada gesto mesmo sendo ele involuntário pode transmitir uma comunicação, cujo identificamos o que o outro indivíduo sente, claro que ás vezes nos enganamos, aonde nos esclarecemos melhor tal ato, perguntando ao outro pra se ter certeza maior do que você entendeu, mas desses inúmeros gestuais físicos naturais do homem, nada se compara ao de fazer bico, aonde aqui, carinhosamente chamei de arte.

sábado, 14 de janeiro de 2012

10 meia 1

Regente Feijó

Considerado um dos fundadores do Partido Liberal, era um professor de História, Geografia e Francês, se estabelecendo em Itú, aonde foi vereador e se dedicou ao estudo da Filosofia. Foi também deputado por São Paulo às Cortes de Lisboa, abandonando a Assembléia antes da aprovação da Constituição, sendo defensor da descentralização e de políticas liberais, entrando em conflito com a própria Igreja.
Foi também na política além de vereador e deputado, senador, ministro da Justiça, regente do Império e quem deu nome a uma rua de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Rua que nasce na marginal da BR-153, vai descendo, passa por debaixo do viaduto que liga a avenida Murchid Homsi à represa Municipal, corta os bairros Jardim Estrela, Vila Elvira e Vila Ercília e morre no Pronto socorro Central.
Morre alí mas me mantém vivo na memória, eu, Dudú, Miltinho, Pork´s, Marcus coxinha, Marcel, Léo, Kiko, Anderson Cabeção, Juquinha, Priscila, Roberta, Silvelena, Marciel, Fabião, Planalto, Cri, Eliana, Juliana, Césinha e outros, sentados cada dia na calçada da casa de um, ou se reunindo pra dalí sairem sem destino, deixando as mães doidas, até então dar de frente a algo que os divertia, que ia desde quebrar os vidros do prédio velho da Swift à apertar campainhas das casas vizinhas e sair correndo.
Me lembro quando brincávamos nas cruzas da regente Feijó de Betcha, Pipa, futebol, chinelinho, pular mula e etc. Tinha que ser nas cruzas Joaquim Marques Alves, Antonio Carlos ou Vital Brasil, Pois a rua, cujo o regente do império emprestou o nome, era de muito movimento de automóveis.
Mas tinha uma casa dessa rua que se destacava, principalmente pelo tamanho do terreno, aonde eu brincava de jogar bolinha de gude e esconde-esconde e, também pela graça de uma senhora católica, que não perdia as missas de domingo que zelava fervorasamente pelos seus três filhos, junto ao seu marido que vivia na estrada em pról da triste labuta. Labuta triste que lhe rendia alguns merréis, pra sustentar sua mulher e três filhos, todos residentes da Rua Regente Feijó, 1061.