supercrônico

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crônicas, contos e poesias

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um relógio diferente

Não há uma casa que não tenha ao menos um relógio e estes, também conhecido como horológio, no português antigo, tem sua história dando início aos primórdios relógios de sol, relógios de água (clepsidras), relógios de areia (ampulhetas) a 600 A.C. Evoluindo para os relógios de pêndulo, de quartzo, atômico, de bolso (símbolo da alta aristocracia), de mesa, de parede, de pulso (criado por Santos Dumont), os rádio-relógio (que nos despertava com música), os digitais, vários modelos, formas, cores, pesos, valores. Muitos deles espalhados em aparelhos de DVD, microondas, celulares, torres de catedrais, mas, tem gente, que mesmo tendo todo esse material comum de informação horológica, costuma transformar  os 60 segundos de 1 minuto e, os 60 minutos de cada hora das 24 diária, num jeito diferente de nos orientar.
Digo, pois, certa vez, um amigo, que era todo organizado, espalhando papéis anotados os compromissos do mês na porta de sua geladeira, seguros em um imã e dotando-se de uma pontualidade quase britânica, quase neurótica, me contou que saiu de casa um dia para ir ao médico, atrasado, esquecendo seu  relógio de pulso, uma catástrofe pra quem é tão organizado. Na rua, perguntou a um transeunte, morador do interior, de uma cidade pequena e pacata as horas e, o homem, muito educado, tirou o chapéu da cabeça e disse: "São duas e pouco".

"Duas e pouco?", pensou ele, "meu compromisso é as 2 e meia da tarde, será que duas e pouco, são 2 e cinco? ou duas e quinze? ou duas e meia? Caracas! Será que estou atrasado?

Preocupou-se, uma vez que até então nunca tinha visto um relógio que marcasse o minuto "pouco".
Minutos depois, preocupado com o possível atraso, perguntou a outro moço, que pintava o muro de uma casa as horas e, o mesmo disse: "Falta 15".

"Falta quinze? Quinze para as duas e quinze? quinze para as duas e meia? ou quinze para as três? Não posso me atrasar.

Por fim, ele me disse que se apressou, chegou no consultório, o mesmo que ele tinha marcado a consulta e, no relógio de parede do mesmo marcava duas e 20.  

UFAAAA!!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

O que te atrai numa mulher?

A identificação de um pelo outro foi de imediato e expontâneo. A mesma barba rala em que insistiam em deixar crescer, o jeito largado de sentar aos fundos da sala, na cadeira, com as pernas esticadas e os pés que balançavam apoiados nos calcanhares de um par de All Star surrado, boné, a mochila ao chão,  imparcial com discussões fúteis, discreto, sereno e a ponto de explodir com idéias revolucionárias. Foi quando ainda na faculdade o professor de psicologia pediu para que formassem duplas e cada dupla elaborasse um trabalho de pesquisas sobre o tema: "O que te atrai numa mulher?".
Ambos, sem se conhecerem, se olharam e decidiram se fundir em uma dupla.
Durante o trabalho de faculdade, com a dupla já formada e se conhecendo melhor, Miguel, na sua casa, com um fone no ouvido e balançando a cabeça de um lado pro outro, sentava-se diante de um computador digitando os textos, baseados em pesquisas na internet e opiniões de amigos e outros populares, que a dupla perguntara, sobre o tema do trabalho, enquanto Thomas, vinha da rua, abrindo a porta esbaforido, como já se fosse de casa, suado, com a mochila nas costas e descarregando algumas fotos da câmera digital no mesmo computador que Miguel digitava os textos, para melhor ilustra-lo.
Depois de algumas horas, cansados de tanto pensar, sentaram-se no sofá da sala, abriram a janela, acenderam um cigarro, abriram uma lata de cerveja, brindaram e ao som de Los Hermanos Miguel perguntou:

__ E a sua opinião?
__ Sobre o que?
__ Sobre o trabalho, o que te atrai numa mulher?
__ Se é magra demais, não serve. Se é baixinha, ela não te alcança. Se é alta, fica feio. Se é gostosa, é fútil. Se não tem peito e bunda, é reta. Se é nerd, é chata. Se não é estudiosa, é burra. Se tem ídolos, é infantil. Se não tem, nunca vai ser nada, porém não tem em quem se espelhar. Se fala “eu te amo” toda hora, é falsa. Fora isso, uma mulher me atrai.
__ Entendi.
__ E você? O que te atrai numa mulher?
__ O coração.

Até então, com toda aquela identificação de personalidades de ambos, foi a primeira opinião que divergiu, tendo o respeito recíproco de ambos, pois, ninguém é igual a ninguém. 
Outro cigarro, outra lata de cerveja, mais um brinde, outra faixa de música da mesma banda, do mesmo álbum, risos, conversas...

sábado, 23 de abril de 2011

E assim nasceram os ovos de Páscoa...

Pácoa! Oba! Dia de visitar a vovó, reunir os parentes, comer chocolate enquanto os adultos bebem cerveja e comem carne assada nos fundos da casa, trocar ovos de páscoa pelo amigo oculto, brincar de bola com os primos  na varanda que moram longe, ir ao parque, piscina, caminhar em volta do lago, pois, é assim que pensam as crianças, que pouco sabem o motivo da data, o porque dos ovos, chocolates, coelho. Será que os ovos são de coelho e por isso são de chocolate? Será que coelho põe ovos? Será que é uma mistura cientifica dos gens do coelho com alguma ave ou outro animal ovíparo? Ou será que algum coelho se apaixonou por uma galinha e... rsss. O pensamento fértil de uma criança percorre léguas de distância, no trajeto entre a realidade e a dúvida, não só crianças como muito marmanjo também não sabe o real motivo dessas simbologias toda e suas associações com a data comemorativa.
Definir a Páscoa é fácil, pois é uma data que comemora a ressureição de Jesus Cristo e, os ovos são uma tradição milenar relacionada ao cristianismo, onde costumava-se pintar um ovo oco de galinha com cores alegres.
O ovo é um símbolo bastante antigo, que representa fertilidade e o renascimento da vida. A troca de ovos no Equinócio da Primavera era um costume que celebrava o fim do inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos na terra de cultivo.
Os ovos de chocolate vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziar as claras e gemas, com chocolate e os pintavam por fora. A partir do final século XIX, se difundiram os ovos totalmente feito de chocolate, utilizados até hoje, que é bem melhor, creio que os chocolates deviam vir com gosto de ovo, mesmo esvaziados, fora o trabalho de ter que descascá-los pra depois comer o recheio.
A tradição do bom e velho coelhinho da Páscoa veio trazida para a América pelos alemães entre o final do século XVII e o início do século XVIII. O certo é que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução e geram grandes ninhadas e, a Páscoa marca a ressureição, vida nova, tanto entre judeus quanto entre os cristãos, fora que são eles, os coelhos, os primeiros a surgiram saltitando, no fim do inverno, na grama reluzida pelo sol da primavera e, ai surgiu a associação do coelho, com a data comemorativa.
Pois bem, informação dada, me despeço comendo o meu ovo de chocolate (com licença da dieta) e desejando um FELIZ PÁSCOA A TODOS.

Supercrônico também é cultura... rsrsrs

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Piada de mau gosto




Legal é ter liberdade pra assumir tais identidade, expressar e falar abertamente através da arte o que der na telha, sem papas na língua, principalmente em defesa de nossos direitos socias, econômicos, revindicando igualdade e respeito, mas ruim é quando abusam dessa tal liberdade e a usufruem de má fé.
Digo, pois, como se não bastasse as piadas de punho racista, homofóbico, étnicos, esses 2 ai, cujo os nomes são: Murilo Couto e Victor Sarro, jovens de talento, que vem se destacando nos espetáculos de comédia stand up, jogou no vaso sanitário seu histórico ainda breve e deu descarga ao exibir esse vídeo de mau gosto na web, que veio estourar no mês em que discutimos o bullying. Pode ser que eles tenham razão e que o cidadão acima do peso seja tudo isso mesmo que eles disseram, mas, independente dos estereótipos, defeitos, forma física, não deviam ir tão fundo e passar o limite da piada e entrar na zona do desrespeito. Imagina um adolescente que sofre além de problemas de obesidade, chacotas, deboches, discriminação, exclusão social e vê sem querer esse vídeo, pois, se é um adulto, com idéias já formadas, tudo bem, releva, não da bola, e o adolescente? Como fica, mesmo sendo orientado pelos pais de como reagir as ofensas?
O mesmo Murilo Couto, enquanto ainda atuava na malhação, disse em seu twitter: "apagão de ontem - quem não estuprou ninguém, perdeu a chance", causando polêmica, se tratando do apagão que teve na época,  vindo a público se desculpar depois. Só sei que independente da raça, país de origem, religião, opção sexual e forma física, o que importa é ter personalidade, caráter, coisa que esses moleques não tem, fiquem a vontade pra denuncia-los.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Lavanderia Edir Macedo


Edir Macedo bezerra, bispo, corrupto, capitalista, televangelista, proprietário de 65 emissoras de rádio e da Rede Record de televisão, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e da construtora de casas celestiais, aonde o fiel financia até o fim da vida com 10% sobre seu salário e se garante com um terreno no reino de deus, tendo como braços direito o bispo Carlos Rodrigues e a bispa Cléo Rossafa. Dono também de uma lavanderia, aonde se lava dinheiro e cérebros de ex-prostitutas, ex-traficantes, ex-gay (que eu acho impossível) e zumbis sociais (como se só a IURD curasse) que se aconchegam em seus palácios de arquitetura tipo rococó do século XVII.
Jesus salva mas Edir Macedo cobra,


"Ou dá ou desce"



Porém se não eles (os fiéis) não derem, darão a outro.É isso aí, a concorrência esta grande e desleal dessas empresas hipnóticas cristãs.  Digo, pois, enquanto o empresário Edir Macedo investe em lavanderias e terrenos celestiais, seu maior rival na atualidade, o bispo Valdemiro Santiago, que já foi sócio e aliado de Edir na IURD, prefere manter-se numa distribuidora de águas bentas, além de administrar a IMPD (Igreja Mundial do Poder de Deus), que facilita pro fiel e consumidor da água, entregando-as em suas humildes residências após depositar 100, ou 200, ou 300 reais em sua conta bancária. É bom o casal Estevam e Sônia Hernades (Igreja Renascer em Cristo) pensarem em algo tão lucrativos quanto aos dos concorrentes, Edir e Valdemiro, além de sua emissora de Tv, rádio, gravadora, editora e uma linha de confecções, pra não ficarem para trás, e por falar nisso, por onde andam o casal Hernades? Será que deixaram de molho, o dinheiro, na taça de melhor do mundo doado por Kaká em algum lugar da europa?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O fanatismo

Estava lá, eu vi, ela, com seu rosto angelical, olhos claros, franja caindo na testa, com as mãos juntas de quem ora, abaixo de um nome escrito em letras garrafais, no tom de rosa chock, cheio de corações e outros "fru-fru" em volta.

Cleycianne: "a Diva do Senhor no mundo da internet"
 
Dando dicas em seu blog pessoal de como descobrir se seu namorado ou namorada é homosexual e como cura-los disso, de etiqueta gospel do sexo reprodutivo, de como proteger sua vagina da umidificação satanica, dicas de emagrecimento em cristo e etc.
Fiquei pasmo em ler artigos desse blog, que também  questionava a vida sexual principalmente de artistas da grande mídia nacional e internacional, fantasiando a exposição destes em fotos ou vídeos na tv, revista, jornais e internet em suas supostas homossexualidades.
Mais tarde, me aprofundando numa pesquisa,  descobri que o exagerado e curioso fenomeno da internet, homofóbica, fanática religiosa e ultraconservadora, nada mais era do que uma personagem, criada por Thiago Ferreira, pra causar polêmica e fazer barulho na cabeça dos que navegam por meio deste meio de comunicação.
Thiago conta que a convivência com extremistas religiosos o levou criar o blog da "serva do senhor". Segundo Thiago, mesmo com vários exageros como a "Dieta em Cristo", muita gente acredita que a Cleycianne existe.
Olha! A Cleycianne não existe, mas já conheci pessoas iguais, que pensavam e agiam como ela.
Trabalhava eu, num mercado de produtos de horti-frutti granjeiro, aonde as 7 da manhã estava aposto pra descarregar caixas pesadas de beterraba, repolho, acelga, maças, ovos e etc. Conheci um moço que me ajudara nas primeiras semanas, dando dicas de como repor as bancas do mercado. Degustando uma uva eu disse:

__ Adoro uvas
__ Só devemos adorar o Senhor, nada mais__  Respondeu o moço que prosseguiu cantando um hino de louvor.

Caracaaaaaas! até então nunca tinha ouvido nada igual na minha vida. O mesmo moço tratava o ser humano como fossem marionetes, guiados  por seres espirituais, dizendo: "se você esta aqui, se você trabalha em tal profissão, se estuda em tal colégio, se mora em tal casa, se passa em tal rua é tudo porque um ser maior quer  e assim por diante".
Discordo, pois, quem domina nossos desejos somos nós mesmos, a gente que decide o que fará da vida, se não deu certo é porque você não estava preparado, ou não estava na hora certa, no lugar certo e etc, é minha forma de pensar, se alguém não concorda cabe a mim respeitar também.
Me lembro de quando eu era criança e andava com uma turma de amigos pelas ruas do bairro, sem rumo, rindo de nossas conversas e deparando com igrejas, que do lado de fora se ouvia o pastor gritar e, no auge de nossa inocencia perguntavamos um ao outro: O que tem nessa casa? bingo? rodeio? partida de futebol?
É o que pensavamos, uma vez que desconheciamos o que se passava la dentro e pelo tanto que o homem gritava lá de dentro.
Tem gente que se garante em vida, um lugar ao céu, pagando 10% do que recebe trabalhando à igreja, com a promessa de ter um terreno celestial, pois, os que não pagam irão direto pro inferno. "Ou da ou desce", como diz o pastor e empresário Edir Macedo. Mas cada um faz o que bem entender da vida.
Ser religioso, virou garantia de bom cidadão, porém, é comum alguém definir o caráter de alguém pela religiosidade, por exemplo:

__ A Maria é uma boa pessoa?
__ Opa! Ela é evangélica.
__ E o João que estava preso?
__ Mudou de vida, vai na igreja todo domingo.

Por opção, não pertenço a religião nenhuma, será que não sou alguém de bem devido a isso? Será  que o fato de alguém ir a cultos, missas, reuniões não estão sujeitos de praticar erros? Uma vez que alguns padres, pastores, pais de santos já foram presos acusados de pedofilia, 171, magia negra e etc.
O caráter de cada um de nós se define pelo o que cada um faz, independente de raça, classe social, sexo ou religiosidade. Quem quer praticar o mal pratica, mesmo trajando terno com uma bíblia embaixo do braço.
Quem sabe a Cleycianne consiga um programa na Rede Record de televisão.

Blog da Cleycianne
www.cleycianne.com

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O prazer sádico da infancia

Na lei do reino animal prevalece  sempre o mais forte, o mais hábil, o mais rápido, o mais sábio perante a caça, ou seja, o maior come o menor. Na lei do reino da infancia é quase a mesma coisa, o que muda é que o opressor oprime o mais fraco. Não entendeu? Então vou lhe dar um exemplo.
Feito abelhas alvoraçadas voando em bando em volta do próprio cacho apedrajado, são as crianças quando saem da sala após ouvir o soar do sinal para o intervalo do lanche. Correm como se  fossem libertas de horas e horas de raciocinios lógicos, matemáticos, gramáticos, geográficos, históricos, como se o tempo de usufruir antes de retornar a sala fosse curtissimo, quase raro, pois daí teriam que aproveitar o máximo desse próprio tempo.
Tem criança que esquece de comer e deixa o sanduiche de presunto azedar na lancheira, por querer jogar futebol de tampinha de refrigerante no pátio, lançar aviões de papel, brincar de pega-pega ao invés de comer o lanche e tem outras que além de comer o próprio lanche, obriga a outra a dar um  pedaço do lanche dele também:

__ Me dê um pedaço da sua esfirra de frango agora e um gole do seu guaraná__ Impõe a criança opressora a outra.
__ Não darei de forma alguma, foi minha mãe que fez e só tenho esse pra me sustentar até o fim da aula__ Responde a outra criança oprimida e acoada diante da outra opressora.
__ Me dê se não lhe arrebento esses dentes que ainda estão por nascer__ Reforça o menor opressor
__ Sim...Sim

Nisso a criança opressora da as costas a outra criança oprimida, que por sua vez chora ao ver o opressor  mastigando o lanche roubado sorrindo sadicamente aos demais amigos, que o acompanham pra também se assaciarem do ato maldoso.
O prazer de querer dominar o próximo é grande e se estende por todo intervalo de lanche da escola.
No caso, essa criança se torna um garoto cada vez mais popular e o outro foi tachado de 'bundão' diante da turma, pena que é uma popularidade negativa. Outro exemplo, uma roda de garotos  se forma em volta de outro e pegam o boné deste jogando um para o outro colocando-o na roda:

__ Devolva-me!
__ Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha! ___ Ri a turma de amigos lançando o boné um para o outro
__ Devolva-me__ insiste o outro menino tentando pegar seu próprio boné
__ Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha
__ Buá, buá, buá, devolva-me__ insiste o menino com os olhos rasos d´agua.

Portanto, depois de ouvir a voz chorosa do garoto a turma de amigos devolve o boné, claro,se deliciando da atitude sádica.
Imagina se essa ganância por popularidade e poder fosse usada de forma positiva. Um outro exemplo, O professor de matemática na sala diria escrevendo a equação na lousa:
__ Duvido que alguém consiga resolver essa equação.
__ Farei a mesma em menos de 5 minutos.
__ Duvido__ Intima o professor mais uma vez.
No tempo previsto por ele mesmo, o popular exibiria a página do caderno com a equação já resolvida, em seguida sádicamente sorriria para os amigos admirados da mesma sala.
Como será a nova geração de adultos que esta por vir?



Texto publicado no dia 18 de novembro de 2010 e reeditado no dia 15 de abril de 2011, devido ao assunto bullying que veio a tona esse mês

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pé frio

Ela é paulista de São Joaquim da Barra, estudou em internatos no interior de São Paulo, fugiu de casa na adolescência afim de trabalhar e se formar em biologia, estudando na Universidade de São Paulo em São José do Rio Preto. Voltou pra capital pra se especializar na área já com o diploma nas mãos, mas pra pagar os estudos, procurou emprego e conseguiu um na esxtinta TV Tupi, onde apresentou telejornais, shows e estreou um programa feminino ao vivo dando o primeiro grande passo da sua carreira até hoje.
Mais tarde, cursou jornalismo, foi assessora de imprensa e diretora comercial das revistas femininas da editora abril, apresentou por 7 anos um programa da TV Record chamado "Note e anote", aonde lhe rendeu até um título no Guiness Book de maior permanencia no ar e hoje esta a frente do "Mais Você",  ao lado do seu companheiro Louro José, nas manhãs de segunda a sexta desde 1999 da TV Globo.
Mulher de sorte essa hein! Mas também não foi átoa, pois no breve resumo a gente nota o quanto ela trabalhou, correu atrás e é merecedora de tal sucesso. Mas além de sucesso e sorte, ela tem também os pés mais gelados do que os pés que pisam no chão cristalizados dos polos terrestres.
Digo, porém, certa vez a produção do programa atual dela, elaborou uma pauta que tratava do surto de conjutivite em São Paulo e Rio de Janeiro e coincidiu dela aparecer ao vivo no estúdio, usando óculos escuros, pra disfarçar os olhos inchados do mesmo problema.
Algumas semanas depois, ela abriu o programa tratando do assunto "bullying", que ocorre com frequência, principalmente nos colégios públicos e privados de todo país.
Minutos depois dela dar início ao assunto, uma jornalista da mesma emissora, pede licença a ela ao vivo, pra noticiar o caso de um rapaz descontrolado, que invadiu um colégio no Rio de Janeiro, matando a tiros 12 crianças, que se vingara das chacotas que sofreu quando ainda estudava no mesmo colégio.
Então vai uma dica desse cronista: Ana Maria Braga, jamais fale de infartos fulminantes, ataques cardíacos, AVC (acidente vascular cerebral), aneurisma cerebral e etc.
Fale sobre ganhar na mega sena, sobre crianças que nascem saudáveis e a redução da mortalidade infantil, sobre o aumento do salário mínimo e o breque na inflação, de políticos que trabalham pelo povo sem corrupção, de animais, de casais que casam por amor, de trabalho, de vagas em escolas, creches, aumento de salário de professores, policiais e amanheça sempre vestindo meias de lã grossa.
Mas você não deixa de ser a mais carismática das apresentadoras da TV brasileira, além de super competente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Desarmar é preciso

Nada melhor do que começar bem a semana, disposto a encarar os desafios dela, traçando-a com os objetivos, comemorando os que tiveram sucesso das semanas anteriores e recebendo boas notícias e, a boa notícia desta semana saiu da boca do Presidente do senado José Sarney (PMDB-AP), que apresentou nesta terça-feira, 12 de abril,  um projeto de decreto legislativo, para realizar um plebiscito no dia 2 de outubro desse mesmo ano, sobre a comercialização de armas e munição.
De acordo com Sarney, os eleitores de todo país, iriam as urnas responder a seguinte questão: "O comércio de armas de fogo e munição dever ser proibido no Brasil?". Caso vença a proibição, o congresso pretende agilizar a elaboração de um projeto para modificar a lei e o que foi referendado em 2005.
O projeto vai agora ser examinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser votado. Se for aprovado pelo senado, o projeto ainda será submetido à apreciação da Câmara dos deputados e do senado. Se aprovado, vai à sanção presidencial.
Perceba que há um passo a passo para que essa idéia seja aprovada, mas a notícia melhor seria a sanção direta do decreto, sem apreciação de deputados, senadores e presidente, não apenas movido pelo calor da chacina , ocorrida no 7 de outubro, sobre morte das 12 crianças, por um atirador psicótico que invadiu um colégio público, mas pelas mortes em geral cometidas pelas armas de fogo ao longo dos anos, tanto ocasionalmente, quanto acidentalmente, destas que são compradas legalmente no país e por muitas vezes caem nas mãos de criminosos. Os índices e as provas que apontam  o quanto elas ja mataram são altos, mas somos um república democrática e por isso seria justo um plebiscito.
Claro que não resolveria todo os casos de homícidios do país, uma vez que armas ilegais entram pelas fronteiras com outros países no Brasil, assim como uma tia, um tio, um primo ou amigo íntimo entra e sai da sua casa, a hora que bem entender, mas reduziria muito os índices de mortes provocados por armas de fogo.
Lembrando que no dia 23 de outubro de 2005, em consulta popular sobre o mesmo assunto, 63,94%, ou seja, a maioria da população disse "NÃO" a proibição, mas, 6 anos se passaram e muitas coisas aconteceram de lá pra cá, vamos repensar, analisar, refletir e dizer SIM , sou a favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição, caso o decreto seja sancionado.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Armas que brotam do bolso da maldade

Os índices são altos, pois, são 4,5 milhões de hectares de cana, 2 milhões de hectares de café, 24, 12 milhões de soja e outros, que brotam do solo fértil de 8.547.403 quilometros quadrados de toda extensão do Brasil.
Assim como 16 milhões de armas de fogo que circulam no país, cujo a metade são ilegais e, essa metade são desviadas de colecionadores, empresas de segurança ou vindas de fronterias com outros países, que surgem em mãos de pessoas desprepraradas, afim de se defender dos bandidos ou brotam do bolso da maldade destes ou de loucos enfurecidos como, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, que na manhã do dia 07/04/2011, invadiu uma escola pública, matando 12 adolescentes e 13 feridos que ali estudavam. Mas esse assunto todos já sabem, porém todos os sites de notícias, revistas, jornais, emissoras de TV traçam os passos deste, desde a infância, até o seu fim trágico.
Mas o que todos querem saber é sobre a facilidade de se ter uma arma em casa e o porque de ter las. Pra se defender da criminalidade? E a polícia? Não esta ai pra isso?
Eu uso o termo "brotar", pois a sensação que nos da é essa, de que elas "brotam" e se multiplicam, causando terror e morte na sociedade atual. Claro que não é isso que acontece, mas são milhares e milhares às cegas da justiça e de quem fiscaliza esse controle.
E o que espanta  foram os arsenais de armas, com poder de fogo pra superar a proteção de carros blindados, pistolas, morteiros, granadas, fora os rifres, revólvers de calibre, 38, 32,  apreendidas de esconderijos nos morros, de exércitos paralelos formados por facção criminosa, numa operação formada pela polícia militar e outras junções em novembro de 2010.
Pois daí você le isso e diz: "Oh! Como a polícia é eficiente", mas outros também leem e pensam consigo mesmo: "Oh! Mas como a mesma polícia que prendeu deixou passar isso tudo? Se evitasse, teria o mesmo trabalho de correr atrás pra apreende-las?".
E infelizmente, duas destas, mais munições e um speed loader (instrumento que agiliza o carregamento dos revólveres) cairam nas mãos do senhor Wellington Menezes de Oliveira, mas tem outras em mãos de outros bandidos e psicopatas, apostas a nos dar mais notícias enquanto o assistimos TV e almoçamos em casa, ou no trabalho, ou no restaurante.
Como que é Wellington conseguiu essa parafernalha destrutiva toda? Como aprendeu a tirar , já que deu tiros certerios na cabeça e no peito das vítimas ? Uma das armas, que era roubada, circulava a 18 anos em mãos de assassinos, imagina quantas pessoas ja possuiram esta e o quanto a mesma já fez de vítimas.
São inúmeras as dúvidas sobre o caso, mas a maior certeza é de que menos armas, menos morte, menos homicidios e disparos acidentais.
A arma de fogo é muito mais um perigo do que uma proteção, aumentando o risco de mortos e feridos, criando uma falsa sensação de segurança.
Uma arma de fogo guardada em casa aumenta as chances: 4 vezes de atingir uma pessoa acidentalmente, 7 vezes de serem usadas em assaltos e homicídios e 11 vezes de ser usada em tentativas de suícidios. Até mesmo os policiais, que são treinados para manusearem-as, estão sob o risco de terem suas armas usadas contra eles próprios.
Ao invés de exigir o direito de possuir armas pessoais, vamos exigir mais fiscalização de entrada de armas e munições, polícia na rua, mas eficácia na apreensões de marginais armados, mas punições brandas ao crimes cometidos, redução da maioridade penal e proibir o reduto que beneficia criminosos de passarem datas festivas com os familiares, independente do grau do crime que cometeu e bom comportamento na prisão, pra que seja justo para todos, lembrando que, o suspeito de matar as irmãs (Juliana e Josely) de Cunha-SP, estava foragido desde que obteve o reduto de páscoa, em abril de 2010. Vamos desde já, semear nesses hectares de terras férteis do Brasil o amor, pra brotar a paz, no lugar de armas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ser paciente é ser paciente

Eram 8 da manhã quando o relógio despertou, levantei me, tirei o pijama, vesti uma bermuda jeans, uma camisa polo azul, tomei café e procurei chegar um pouco antes da hora marcada. Assim que cheguei vi de cara vários bancos diante da porta de uma sala, com cerca de 15 ou 20 pessoas, sentadas aguardando para serem chamadas, enfermos e com caras de gente simples sofrida. Tinha um individuo que ocupava duas cadeiras, uma pra se acomodar sentado e outra pra apoiar a perna enfaixada e, também tinha uma senhora gorda que dormia em cima do próprio ombro ao lado de outra, com a mesma faixa etária de idade, que tossia ineterrupitamente. Deu 9 horas e nada do médico aparecer, portanto era a hora marcada para a tal consulta, mas, havia apenas a porta do mesmo fechada, com uma plaqueta escrita:"sala 27", e um papel sulfite branco, fotocopiado em preto o nome dele. O médico chegou era 9:15 da manhã, tirou uma dose de café, adoçou, deu alguns passos dando bom dia sorridente com ar de "to em casa" a todos pacientes, que o aguardavam sentados e os pacientes responderam, como se ja fosse intimos do Doutor, principalmente os mais idosos.
Minutos depois, já de dentro da sala, a mesma onde se encontrava os bancos de espera em frente a porta, o Doutor, chamava um por paciente por vez e pelos nomes, enquanto os demais aguardavam por ser chamado.  Aos poucos, os bancos de espera iam se esvaziando, enquanto eu ainda aguardava, balançando a perna, na mesma sintonia que o rapaz de perna enfaixada também balançava impacientemente. No banco, além desse moço, que se levantava pra beber água apoiado numa muleta, e voltava, sentando-se da mesma maneira que na qual se encontrara, que no caminho aproveitou pra rabiscar uma outra placa no corredor da mesma, estava também a senhora gorda que dormia no próprio ombro , que  agora se apoiava no ombro de uma outra, que por sinal era amiga, ou viznha, ou parente, ou alguém que não soube dizer não, deixando a coitada apoiar-se e a senhora que tossia ineterrupitamente. As vezes tossia como um metrometro, que marca o tempo de um múscio num estúdio.

COF,cof,cof...COF,cof,cof...COF,cof,cof...

E ás vezes tossia com ritmo, junto a outro que também passou a tossir, lá atrás formando uma sinfonia de tosses na sala de espera, que ressonava entre o teto de gesso e o chão.
  Deu 10 da manhã e todos ja tinham sido atendido, exceto eu e a senhora que tossia muito, que com os olhos rasos dágua  me virou e disse:"Se o médico não me atender eu morro aquí mesmo moço". Me partindo o coração e me fazendo dar a frente a ela, que aparentemente tinha mais urgência, fazer o que? Já esperei tanto, não custava nada esperar mais um pouco. Pensei com meus botões.
  Dez minutos depois ela saiu da sala do médico, com a receita de um remédio nas mãos e mais aliviada, mesmo tossindo ainda.

"o próximo paciente por favor".

Em seguida fui chamado, Ufa! Até que enfim. Ele nem me chamou pelo nome, porém sabia que depois de mim não tinha mais ninguém. Entrei, sentei na cadeira e perguntei:"Você me chamou de paciente?"
E ele respondeu:"Sim, paciente".
Pois dai eu disse:"Por acaso sou paciente por ter paciência de te esperar  tanto?"
Sem graça ele me sorriu de lado e me perguntou já mudando de assunto:"O que você precisa?".
Insisti mais uma vez e disse: "Será que o senhor teria a mesma paciência que eu? Já passou por isso?"
Mas no fundo a gente entende, contudo, muitos deles tem que sair correndo de um hospital a outro e chegar em tempo pra atender a todos os pacientes agendados e, é nisso que surge os atrasos e a espera tediante de quem quer ouvir apenas palavras de cura de quem entende do assunto.
O que precisa é de mais hospitais, uma vez que pagamos impostos... E pagamos muito por sinal.

Texto escrito e publicado no dia 08 de outubro de 2010 e reeditado dia 05 de abril de 2011