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crônicas, contos e poesias

domingo, 21 de outubro de 2012

Voar, voando



As crianças são dotadas de sonhos e fantasias, muitas vezes absurdas indo além da realidade, alimentadas pelas suas imaginações férteis e criativas. Uma dessas fantasias de criança é o desejo de voar e eu não vou negar que compartilhava dessa, subindo em plataformas elevadas, saltando e batendo os braços como se fosse um pássaro tentando, voar no céu vendo a Terra lá do alto, as casas e os prédios pequenos tipo caixas de remédio e as pessoas como se fossem formigas. Oras subia de volta a plataforma e saltava com os dois braços esticados, intercalando com outras maneiras de tentativas de voô, influenciado por heróis de filmes de ação, mas a força da gravidade me puxava logo em seguida pro chão e para a realidade. Pois, bastou amadurecer para entender que esse era um dom natural dado as aves, aos pássaros, insetos ou à máquinas com artifícios mecânicos e elétricos feitos para a locomoção aérea.
Mas esse sonho voltou à tona por esses dias, despertando novamente o mesmo desejo de voar da infância, para voar do meu quarto ao banheiro, da sala a cozinha e outros cômodos do meu apartamento. Isso tudo porquê o vizinho do 12, apartamento que fica debaixo do meu, se incomoda com o som dos meus passos, que na qual ele ouve do quarto dele enquanto eu caminho, porém, que ele saiba bem que tais ruídos que possam incomodá-lo e a outros vizinhos, tipo, televisão, rádio, eletrodomésticos e outros, eu evito á partir de certo horário, mas de caminhar não dá, a não ser que a tecnologia desenvolva para condomínios um start antigravitacional, tipo um botão interruptor igual ao de acender a luz, cujo você aperte e você flutue, como os das naves espaciais da Nasa, para se locomover dentro do apartamento sem tocar os pés no chão.
Mas é impossível e cabe a ele deitar , esticar o corpo se relaxando no conforto do seu colchão, esticando-se, fechando os olhos, respirando e se desligando do mundo, enquanto eu, um reles ser humano que não voa e nem flutua,  ver da janela os pássaros, esses, que por sua vez sabem voar de verdade.

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