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crônicas, contos e poesias

domingo, 11 de novembro de 2012

De volta ao passado recente



Uma das coisas que eu mais gosto é de dormir depois de um bom almoço, principalmente nos dias de domingo enquanto cai aquela chuva fina lá fora fazendo o dia ficar mais frio, e só acordar pra então assistir o jogo do meu time de coração, ruim é quando se dorme demais e ao chegar noite, quando for a hora de dormir mesmo e a gente perde o sono, e foi num dia desse em que liguei o PC na espera do mesmo, "pra enfim cair nos braços de Morfeu" que acessei a internet e a minha rede social, que reencontrei um amigo de infância que também se queixava por estar sem sono.
Durante a conversa, ríamos da época em que morávamos na mesma rua, dos apelidos constrangedores, das primeiras tentativas de se conquistar uma garota, das paixões não correspondidas, das brincadeiras, de soltar pipa, jogar "betcha", biroca, futebol na rua, cujo o gol era um par de chinelos.
Também lembramos de quando apertávamos a campainha dos vizinhos e saiamos correndo, das vidraças que quebrávamos  das brigas desnecessárias e da febre dos mobileteiros que circulavam em massa nas avenidas da cidade. Naquela época não existia internet, celular e toda essa parafernália que a tecnologia nos oferece e nos divertíamos ao nosso modo, ao contrário das crianças de hoje em dia que são dependentes disso tudo.
 O papo que se prolongou por horas da madrugada mas o sono não vinha, me remetendo a um passado que parece recente e que ao avaliar já faz muito tempo, estando ele fresco nas nossas memórias dando a sensação de tudo aquilo ter acontecido a pouco tempo.
No meio da conversa ele me perguntou o que eu mudaria na minha vida caso eu tivesse a oportunidade de voltar naquele tempo, pensei comigo e sem responde-lo disse a mim mesmo que eu, nesse caso, reclamaria menos daquela vida sem compromisso, de acordar tarde, só brincando, estudando e sem contas para pagar, pois eramos felizes e não sabia. Reclamaria menos da escola e daria mais atenção a essa, nos professores e nas aulas chatas de matemática, porém, mais chato que as aulas de matemática é saber que na vida adulta dela e de outras ciências a gente não aprendeu nada e por isso nos faz falta em tais situações da vida contemporânea.
Daria também mais valor a família e aos bons amigos que não vejo mais, que na qual sinto saudades e torço pra que eu cruze com um desses pelas ruas, pra dar um abraço, falando um para o outro como esta a vida atual de cada.
Mas pensei... Pensei... E dei a ele uma resposta diferente, dizendo que "evitaria situações que me coloca na posição que na qual me encontro", de um passado esse bem recente.
Não sei se ele entendeu, mas o papo se prolongou por mais umas horas e nos despedimos assim que o sono chegou.

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