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crônicas, contos e poesias

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Celular de funkeiro

Lá vai eles, migrando em bandos de uma ponta a outra, da zona norte a zona sul, uns vão a pé, outros vão de bicicleta barra forte, adaptada nas garupas com o que eles chamam de "churrasqueiras", que servem pra soltar faísca, quando tocam ao chão ao empinar a mesma, ou CDs usados entre os raios das rodas, carregando um amigo na barra ou sozinho, subindo as ladeiras da Philadelpho Gouvea Netto, ou cortando as ruas da Boa Vista, até chegar aonde desejam, invadindo shoppings ou a Represa Municipal no domingo a noite. Trajam réplicas de marcas esportivas de bonés dri-fit, com as abas retas, cobrindo cabeças raspadas na máquina 1, com enfeites de "risquinhos" na lateral do "coco", de máquina zero, reluzindo grossas correntes prateadas, camisetas compridas, cujo o tamanho é maior do que as que lhe servem realmente. Esses chamados por alguns de "manos". Já as meninas os acompanham, todas maquiadas, perfumadas, com a barrigas de fora da mini-blusa, exibindo um pierce de correntinha no umbigo e shorts e mini-saias agarradas, curtos e sujeitas a brigar contigo, caso você as chamem de "piriguetes", aí o "bicho-pega" e revidam te chamando de "recalcada", se for mulher, ou "zé povinho", se for homem, sendo assim as musas dos olhos destes que tem como o ritmo preferido o funk, o pagode, o rap e etc.
"Manos" e "piriguetes", tem a faixa de 14 a 18 anos, alguns não estudam, bebem, fumam e a maioria reside nas periferias das grandes cidades.
É comum ver um destes, arriscando a vida, pendurado do lado de fora nas portas dos ônibus coletivos, causando espanto nos passageiros que não querem chegar em casa, além de cansados, com cenas de um acidente trágico na memória. Mas espanto maior é quando eles estão dentro do 'busão', sentado ao fundo, em turma, fazendo algazarra, marcando o território deixando o nome do "bonde" de canetão ou corretivo, no encosto do banco, falando palavrões de baixo calão em voz alta, sem respeitar idosos e crianças, portando em mãos um celular. Aquele celular me da medo, todo moderno, com mp3, mp4, mp5, câmera de filmagens de alta resolução, rádio, TV, internet, caixas de som com o volume no 'talo', coador de café, ventilador, morfador, relogio ben 10 e um playlist musical (se é que podemos chamar de música) com centenas de canções de conteúdos pornográficos. Talvez por rebeldia, talvez por atitude, ou talvez por auto-afirmação no grupo, com direito a aparição e ser mais legal entre eles, só sei que é bastante desagradável a baderna deles, no espaço democrático de um passageiro no ônibus coletivo. 
O celular de funkeiro tem de tudo, menos fone de ouvido.
Ônibus, metrô, terminal ferroviário, rodoviârio, saguão de espera de postinho de saúde, pátio de escola na hora do intervalo e outros, não é baile funk. Vamos ter consciência, pois não são todos que compartilham desse mesmo mau gosto.

3 comentários:

  1. Só uma observação: Eu disse que os "manos" e "piriguetes", são oriundos da periferia a maior parte, e não que a periferia é feita só de "manos" e "piriguetes", pois tem muita gente honesta e trabalhadora lá...

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  2. Todo ônibus devia ter um dispositivo chamado "destruitor of cell fone", mais ou menos isso neh...kkkkkkkkkk, celular sem fone é CAFONAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

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  3. cafonaaa e mal educado...cada um escuta oq quer mas ninguem é obrigado a ouvir a msma coisa...então escute no seu fone assim exercendo a democracia!

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