
Este corte de cabelo tem envolvimento direto com os indios moicanos que preferiam morrer a deixar serem controlados pelos homens brancos, que chegaram a seus territórios; por isso, os punks usavam este tipo de corte para simbolizar a sua luta contra o sistema de governo, que quer impor todo tipo de controle à liberdade do povo, "é preferivel morrer do que viver como um fantoche"
Os tipos de moicanos mais comuns eram o leque (em forma de crista) e o spike (tipo espinhos).
Bastava olhar um jovem de moicano pelas ruas da cidade para a sociedade interpreta-lo como um rebelde sem causa, que oras manifestara contra alguma indignação pessoal, mas os moicanos cairam junto ao movimento, que veio perdendo as forças ao longo do tempo.
Caíram da cabeça e foram parar aonde poucos podiam ver, tocar, a não ser folheando as páginas de uma revista erótica dos anos 80, aquelas que alguns mecânicos insiste em guardar numa caixa, no quartinho dos fundos.
Me lembro quando era garoto, eu e alguns amigos viviamos achando sem querer, revistas abandonadas na linha do trem, aonde folheavamos, víamos e reparavamos numa "Ele e Ela" ou "Playboy" qualquer, os cortes dos pelos pubianos da modelo que naquela revista abandonada posava. Lídia Brondi usava, Luiza Brunet usava, Luciana Vendramini, Tássia Camargo também, além de Luma de Oliveira, Lucélia Santos e outras que não me lembro mais, que adotavam o corte moicano nos pentelhos além do corte "pizza", "bigodinho do Hitler" ou "Black Power". Digo aqueles que apareciam, devido a censura da época, hoje algumas modelos e atrizes posam em fotos quase ginecológicas e aderem o corte Ronaldo fenômeno da copa de 2002.
Mas depois de passar pelos desejos mais secretos dos garotos, o moicano volta pra cabeça dos mesmos, mas nos garotos dos dias de hoje, estimulado por craques do futebol, que se deu início ao jogador inglês David Beckham e se tornando moda através do jogador Neymar.
Toda vez que eu cogitava em cortar meu cabelo moicano, minha mãe quase enfartava e dizia que se eu aparecesse com um corte desse na cabeça, era só fazer as malas e voltar pra rua denovo. A imagem do moicano era relacionado a marginalidade, mas hoje crianças de qualquer idade usam o corte, cujo aonde alguns pais até levam o filho no salão de cabelereiro.
Ou seja, é moda, é algo que perdeu a graça, sem uma ideologia ou propósito, a não ser a de ser igual ao meu "amiguinho" da escola.