Qualquer pessoa, adulto, criança ou individuo fora da sua sanidade mental, destingue muito bem os valores de cada cor de um semáforo, mas a cor que causa mais paúra no motorista é a vermelha, a primeira das três, que o faz parar diante de uma fila de carros engarrafatosos, que buzinam sem paciência, atrasando-o em alguns minutos, pra chegar no lugar que tanto deseja. Mas essa é a opinião de quem só ve o lado negativo da coisa, pois o lado bom é que a parada no semáforo pode ser muito beneficiente a muitos, que além de dar liberdade a outros carros cruzarem a rua sem provocar acidente, pode lhe dar um instante importante pra vc atender um celular, trocar o CD, olhar no espelho, maquiar-se, pentear o cabelo, fazer anotações, cumprimentar um amigo que coincidentemente parou na fila ao lado e gerar empregos.
É um show a parte dos malabares equilibrando garrafas em fogo, que sobem e descem colorindo a noite monótona das avenidas, despertando o encantamento de quem assiste atentamente na grande platéia formada por carros e que por fim retribuem com qualquer moedinha, como se fosse o valor do ingresso do show sem um valor estipulado, aonde o próprio artista recebe diretamente em mãos o cachê, de cada um do público pagante.
Corajosos são os panfleteiros, que além de encarar o sol, enfrentam o perigo das motocicletas que aceleram entre os corredores que formam de carros nas avenidas, fora o destrato de motoristas que se acham superiores por usufruir da comodidade de um carro, mesmo sendo velho, fora de linha, pra distribuir informações comerciais, socias, trechos de orações e outros, impressa num papel cochê ou sulfite, colorido ou em preto e branco, pra no fim do mes receber pelo serviço.
No semáforo tem garotões, que aumentam o som do veículo no último, exibindo o braço forte tatuado para fora da janela à mocinha ao lado, tem gente que xinga esbravejando farpas maucriadas o motorista da frente ou de trás, tem gente que boceja e se distrai a ponto de não perceber que o sinal ficou verde e tem também um enorme comércio ao céu aberto, em um espaço democrático e público, que vai de um pobre garoto vendendo drops, a um vendedor de água de coco, de doces, acessórios para carros, adesivos, ou flanelinhas, gazeteiros e etc, dividindo sonhos e esperanças. Sem deixar de citar as crianças carentes que pedem descalças no asfalto quente esmolas, que é um caso a ser falado em outra postagem.
Defendo o trabalhador autônomo, que humildemnte usa do espaço público, sem desrespeitá-lo pra trabalhar, mas sei que em cidades grandes o interessante é ficar atento, depois das 10 da noite devido ao alto índice de furtos e roubos, e sabendo disso, muitos motoristas se incomodam quando um trabalhador lhe aborda oferecendo seus serviços, mas, incomodo maior é ver gente na rua, enfrentando filas e filas pra dar uma entrevista pra uma vaga de emprego, dispostas a encarar qualquer coisa pra sustentar a família, sujeito a voltar pra casa e ter que enfrentar por várias vezes a mesma coisa durante a semana, até se sentir empregado e enobrecido, sem futuras dores de cabeça. Mas não podemos generalizar, pois qualquer emprego honesto é digno, necessário e cabe a nós todos respeitarmos.
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