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crônicas, contos e poesias

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

To falando das crianças



Ainda me lembro quando a “Tia Cida” foi até em casa pra me dizer que a vaga que eu tanto queria estava disponível, mas que daí dependeria de mim, do meu desempenho e da minha força de vontade. Desde já fiquei feliz, pois seria uma nova experiência de vida, que guardaria comigo até o fim da mesma. Por fim deu certo e a princípio conheci quem seriam as criaturas que na qual zelaria.
São eles:
Victor, Lucas, Gabriel, Leonardo, Bruno, Pedro, Arthur, Heitor, Isabela, Vitória, Carol, Beatriz, Laura e etc.
10 em cada 100 são Victor. 10 em cada 100 são Lucas. 10 em cada 100 são Gabriela. 10 em cada 100 são Isabela. 10 em cada 100 são Vitória e etc.
Alguns variam e mudam apenas uma letra do nome:
De Gabriela, pra Gabriella, para Gabrielle.
De Isabela, para Isabella, pra Isabelle e etc.
Outros acrescentam outro nome além destes que eu já disse e ficam:
João Victor, Luis Leonardo, Ana Beatriz, Ana Laura e etc.
Mas todos saem com o cadarço encardido de tanto pisar arrastando-os pelos corredores, passando pelo Hall de entrada, despedindo-se dos “tios”, das “tias”, das monitoras e do porteiro do colégio ao encontro do pai, da mãe, da avó, do avô, da Babá, ou do motorista, manobrando suas mochilas de rodinhas que trepidam na calçada entre a porta e o portão.
Alguns festejam quando vêem o pai, a mãe, ou avô, ou a avó, ou a babá ou o motorista e se vêem livre de horas de tédio a espera de ir embora.
Outros reclamam e dizem ao pai, ou a mãe, ou ao avô, ou à avó, ou a babá ou ao motorista que deveriam demorar mais um pouco, pois ai daria para conversarem mais com os amigos, assistir desenho, jogar um jogo, pentelhar e desenhar de giz na lousa da sala 10.
Alguns não se despedem dos “tios”, das “tias”, das monitoras e do porteiro do colégio de tanto ódio que sentem.
Pior é quando insistem em jogar bola no estacionamento da frente ou brincar de esconde-esconde no jardim. Fogem aos nossos olhares observadores quando nos distraímos, mas sempre obedecem quando a reprimimos.
Alguns choram de saudade e outros correm da sala a porta durante a aula em busca de fugir e aliviar uma dor que só quem é criança sente ás vezes, que nós adultos não entendemos e esquecemos depois que crescemos, por num ter a maturidade suficiente pra resolver.
Tem gente grande que também foge da incógnita, e bebem, ou fumam, ou se drogam. Mas... Deixa gente grande pra lá e vamos continuar a falar das crianças, que na qual convivo e de  toda dor imcompreendida pelos adultos, do desmazelo que os fazem arrastar os cadarços pelos corredores, ou falta de responsabilidade que os fazem querer ficar mais são relevantes.

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