Sábado é um dia em que naturalmente a gente acorda mais feliz, mais disposto, principalmente por sabermos que não iremos trabalhar, ou por saber que mesmo se formos trabalhar sairemos mais cedo, pois daí teremos o resto do dia para descansar, curtir a familia, ver o sol, sentar na varanda sem camisa, de short, chinelo de dedo, ir ao clube, cuidar da beleza ou cuidar dos filhos pra quem tem filhos, rever os amigos, por as novidades em dia. Mas foi num sábado de chuva, dessas que cismam cair no mês de janeiro em São José do Rio Preto, que me fez cair também, mas na cama após o almoço e só acordar no fim da tarde. Nada mais gostoso que cochilar ouvindo o som da chuva no telhado, com a barriga cheia, sentindo o frescor do creme dental na boca.
Mais tarde, já acordado, enquanto esperava um convite de alguém tão entediado quanto eu, pra sair, tomar um chopp, resolvi zapiar os canais de TV deitado no sofá da sala, com o controle remoto no peito e a cara ainda com as marcas do travesseiro e, zapiando os canais decidi assistir um programa, cujo o apresentador, muito bom por sinal, fazia um encontro de jovens solteiros a procura de namoro, e quando um casal formado dava um beijo alí mesmo, no palco do programa, o apresentador se vestia de abacaxi, ora de He-man, ou de um cantor mirim da década de 80, dançando e cantando a música do mesmo. As crianças da platéia riam e se divertiam ao ver o apresentador naquela situação, que também se divertia, mas via a empolgação dos mais velhos, principalmente os de 25 a 35 anos, que acompanhava o ritmo da música com palmas.Aquela cena me fez recordar das músicas infantis e dos grupos que faziam sucesso na minha infância; grupos tais como: Trem da alegria, Balão Mágico, Os abelhudos, Sandy e Júnior, as patotinhas, músicas de criança cantadas por criança, que se acabaram e infelizmente não tiveram seus sucessores. Mas porque será hein? Será que as crianças não se interessaram mais por cantar músicas infantis ou as que cantavam e sonhavam com sucesso foram barradas pela mídia e trocada por outro estilo de música?
Além dos grupos citados, tinha também gente que mesmo sem ser criança, fazia questão de cantar pra elas. Eliana, Mariane, Fofão, Sérgio Mallandro, Xuxa, Mara maravilha, que tinham seus próprios programas ou apenas participava neles cantando.
Me recordo o quanto as canções traziam temas que diziam o quanto era bom ser criança, o quanto era bom viver a vida, do quanto era fácil ser feliz mesmo com os problemas, trazendo nos a magia da inocência e os sonhos.
Assim como o vídeo cassete, o vinil, a música infantil também foi extinta e tenta ganhar resistência nos DVDs que a Xuxa lança todo ano. O natural é ver em festas de crianças, um aparelho de som tocando axé e funk, com conteúdo adulto para as crianças dançarem. Nisso as crianças atuais são cultuadas sem querer a terem uma precocidade, educadas com o que as canções de conteúdo adulto tratam.
Não só as canções infantis como as brincadeiras de rua estão sendo extintas, amarelinha, pular elástico, passar anel, fundamentais para o desenvolvimento das noções de equílibrio, distãncia,raciocínio e força da mesma , junto aos brinquedos analógicos que também sumiram.
Quem sabe um dia esses cantores fabulosos que englamuraram nossa infância dos anos 80 e um pedacinho dos anos 90, volte com a mesma força, nem que seja pra cantar para nós adultos, uma vez que as crianças não conhecem e nunca mais vão ouvir musicas infantis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário