supercrônico

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crônicas, contos e poesias

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Coração de beija-flor

As aulas de ciências da professora Valéria eram a mais interessante de todas, segundo a turma do oitavo ano do ensino fundamental 2, principalmente por responder as perguntas mais curiosas e absurdas dos alunos, em especial a turma do fundão, sobre ecologia, fauna, reprodução humana, corpo humano, força, gravidade e etc.
 Perguntas tais como: "Fessora, é verdade que rato quando fica velho vira morcego?",  ou se não: "Fessora, como é que chama aqueles helicópterozinho de asas transparentes?" Se referindo as libélulas, tumultuava a sala entre risos e chacotas dos mais espertinhos, mesmo sendo uma dúvida de quase a metade da sala. Mas certa vez a professora, no laboratório de ciências, trouxe a fot de  uma pequena ave, colorida, com o bico ponteagudo e comprido.
Logo a professora, com a foto da ave nas mãos foi dizendo que aquilo era um beija-flor, que pesa de 1,5 a 25 gramas, também conhecidos como colibrí, aves da família dos Trochilidae, que só existem nas américas.
Os adolecentes atentos a explicação da professora, se apoiavam com a mão no queixo acompanhando-a com os olhos seu caminhar de um lado e outro do laboratório, que em seguida pediu para que Vitória, uma aluna dedicada da sala, que sentava-se a frente, próximo a mesa da professora lhe trouxesse uma régua. A  professora agradeceu e prosseguiu dizendo também que os beija-flores estão distribuidos por 330 espécies, na qual 80 pertencem ao Brasil. Ela disse que eles tem a marcante caracteristica não só de parar no ar como também voar para trás. Além disso é a ave que tem o maior indice cardíaco, com mil batimentos por minuto. O avestruz, maior ave existente, bate em torno de 180 vezes por minuto em atividade. Isso faz que o beija-flor tenha comparativamente o coração maior que a de outro pássaro, em relação ao seu  tamanho e peso.
"Entenderam?", perguntou a professora, "OK, agora farei a chamada, Vitória, traga-me por gentileza a relação de alunos". Vitória, sempre disposta a ajudar a professora, entregou em mãos a relação de alunos e a professora retribui chamando -a de 'beija-flor'.
Envergonhada e sorrindo Vitória disse: "Beija-flor? Professora, sou pequena mais nem tanto", a professora sorriu  também e respondeu: "Não é pelo tamanho e sim por ter um grande coração".

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O elevador do amor

O homem gosta de dirigir, de jogar baralho, futebol, de comer frituras, de assistir filmes de ação ou luta, de tomar uma gelada no bar antes de chegar em casa do trabalho e, gostam de mulheres, principalmente os solteiros e os que são casados gostam cada um da sua. Mas esse amor as vezes é trocado por uma roda de amigos, só homens, barrigudos, carecas, altos, baixos, de todo tipo, sentados a uma mesa regado de creveja e carne, pra falar do clássico da semana, do trabalho, do dia-dia e principalmente delas. O comum é depois de umas e outras, confidenciarem suas fantasias e aventuras sexuais, assim como as mulheres também fazem num chá de amigas que eu sei e, nessas confissões a gente ouve de tudo.
Mário nos disse que já fez amor em cima do telhado, pois, além de estranho é desconfortável, mas cada um tem seu modo de sentir prazer. Juca disse nos que prefere na mesa de bilhar e Borges não dispensa o tapete duro, sobre o chão da sala, um mais estranho que o outro, mas nada me surpreende mais do que, quando alguém vira e diz "Eu prefiro no elevador". Mas... Elevador? Quanto tempo dura a viagem de um elevador? E da pra fazer alguma coisa nesse tempo?
O elevador ou ascensor é um dispositivo de transporte utilizado para mover bens e pessoas. O primeiro elevador foi criado no Século I antes de  Critsto, mas o que tem nesse dispositivo que desperta tanto a líbido dos casais?
O Empire States, disponibiliza 67 elevadores em seu interior, um prato cheio para homens e mulheres elevadormaniacos. Os elevadores mais modernos atingem 15 metros por segundo de velocidade, com cintas flexíveis no lugar de cabos de aço. No caso de um prédio de 120 metros, um elevador deste gastará 8 segundos de percurso, do térreo ao ultimo andar e o que se faz em 8 segundos?
Em Jerusalém, existe o elevador do tempo, aonde o visitante pode ver e sentir um resumo da história da Cidade Santa em um vídeo de 45 minutos, mas esse esta longe de ser um elevador do amor.
Por falar em elevador, lembrei de uma canção da Ana Carolina que diz:

"Eu subo bem alto pra gritar que é amor
Eu vou de escada pra elevar a dor."

Imagina se a moda pega, pois daí teremos motéis com elevadores decorados e temáticos pra casais que procuram por essa prática ou aquelas mais ousados, instalariam um em sua própria casa, altos e charmosos, iguais à aqueles do playcenter, mas que despencasse em slow motion, pra curtir cada instante no interior do mesmo. Quem ai tem estórias de fantasias e aventuras sexuais pra contar?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Rock´n roll no Raul Gil



Nirvana é a banda americana que surgiu em 1987, em Aberdeen e teve sua breve duração após o suícidio do vocalista Kurt Cobain em 1994, lançando apenas 3 álbuns de estúdio, "Bleach, Nevermind, In Utero", acompanhado de 2 EPs, 21 singles, 3 albuns ao vivo, sendo um acústico, várias coletâneas e lançamentos póstumos ao fim da banda. Mas o auge da banda foi o sucesso inesperado de "Smell Like teen spirit", que mostrou ao mundo um jeito diferente de fazer rock, trajando roupas que consistiam em brechós, camisas xadrez de flanela e um cabelo por pentear, rejeitando apresentações complexas de altos orçamentos, com letras cheias de angústias e sarcasmo, entrando em temas sociais, apatias, confinamento e um desejo de liberdade. O Nirvana influenciou jovens do mundo todo e foi considerado um divisor de águas do rock de lá pra cá.
Mas, independente da história da banda, creio que Kurt Cobain esteja aplaudindo, sabe lá onde esteja, um jovem, com trancinhas, barba, magro e com um violão branco em punho. Não só pela versão diferente de seu grande Hit, mas também pela ousadia de tocar rock n roll num programa popular de sábado a tarde.
Foi por acaso, enquanto eu zapeava os canais da Tv, que vi a platéia de pé, me arrepiando os pelos do braço, mesmo sendo a maioria adeptas de outro estilo, vibrando com a versão do jovem.
Talita Alves, jurada do programa e vocalista de uma banda de rock chamada Motores, vibrava com os braços tatuados pra cima, esboçando um sorriso, por ver o rock n roll levantando a platéia.
A banda, que é do programa e que acompanhara o jovem, chamado Marcelo Carvalho, se divertiam no palco e após o fim da apresentação se cumprimentaram satisfeitos pela tal façanha.
O programa  Raul Gil, de apresentador com o mesmo nome e estilo conservador e tradicional, está no ar por muitos anos e já esteve em quase todas  as grandes emissoras  de televisão do Brasil e, sempre promoveu Jovens Talentos lançando-os e dando oportunidades a estes, mas esse foi o mais diferente de todos, digo pelo fato de não tocar música popular em um programa de audiência popular, sendo elogiado pelo juri pela coragem de demonstrar a própria personalidade musical.
Será a inclusão do Rock n Roll nas mídias abertas do Brasil? Sei não, o país infelizmente esta longe disso, mas que o 'povão' curtiu... Cutiu hein!



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Auto-terror-escola

Aos 17 anos, a ansiedade de qualquer garoto chega ao seu ápice. Tudo porque existe um desejo enorme de complentar seus 18 anos e ter direito de frequentar estabelecimentos, liberados apenas para a maioridade, de poder receber a pensão de um pai falecido, poder viajar sozinho sem estar acompanhado de um responsável ou com autorização do pai e da mãe, por ter mais chance de ser recrutado em um emprego e o também o principal, obter a  tão esperada carteira de habilitação, que toma conta de cada um destes.
Já liberado por excesso de contigente do serviço militar obrigatório e, com 18 anos já completado, é hora de se matricular em auto-escola e dar início as aulas. Logo no primeiro dia de aula, a vontade de aprender faz com que as dificuldades não atrapalhe a a desenvoltura do garoto, diante do volante. O garoto goza, enquanto brinca de gente grande, sorrindo que nem bobo, dobrando esquinas que dão em avenidas possuídas por outros automóveis, liberando fumaça cinza e  monóxido de carbono, sob um sol de 40 graus, digno de  São José do Rio Preto, trocando marchas e controlando pedais com os pés, até então ser advertido pelo instrutor amigo que diz: "Calma, acelera menos meu querido", e ele educadamente responde: "Me perdoe, é apenas empolgação".


O recém-homem, mesmo ainda sendo um menino, não se cabe na roupa, de orgulho quando conta aos pais em casa, suas novas façanhas como motorista, vendo uma foto de criança, montado em um carrinho de brinquedo.
Mas eis que chega o dia do exame, qua avaliará como motorista e lhe dará a carteira de habilitação que tanto espera.
Na rua, outros meninos e meninas, um já avaliados e outros a espera de fazer o tal exame, circundam a pista se formando uma platéria, com um pedaço de papel marcado o número da senha, organizado por um sorteio minutos antes.

 __ Número 17.

O garoto é chamado e caminha até aonde esta o carro, que na qual será a  sua ferramenta para o exame, está estacionado.
Entra, senta, ajusta a distância do banco e os retrovisores, põe o cinto e depois de tudo isso ele nota do seu lado direito um velho gordo, perito da prova.
Ele liga o carro e o som do mesmo soa como um rugido de um leão faminto.
Engata a primeira, segunda, terceira marcha e a dois quarteirões após sua saída o perito diz, com a voz distorcida, tipo a voz que os telejornais colocam sobre a voz do entrevistado, que não quer ser identificado: " Faça a conversão a direita". O jovem deu a seta e fez a curva fechada a direita, com as mãos escorregando no voltante de tanto que suava. O homem, novamente, com a voz distorcida de monstro disse: " Faça a conversão a esquerda" e, o garoto avaliado, estático, com as costas colada ao banco e os olhos sem piscar, converteu o carro com a curva aberta a esquerda, deslizando a mão no voltante úmido. Tudo acontecia em slow motion, vendo a platéia de alunos que assistia o show de conversões e setas, diante de uma pista que mais parecia um enorme colchão de espuma estendido pelo asfalto.
No fim do exame,  com o carro desligado e o leão do motor adormecido, enxugando as mãos encharcadas no longo da calça, respirando diafragmaticamente pra tentar manter o emocional estável, eis que chega a notícia: "Garoto, você é o mais novo motorista dessa cidade cinza"

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Várias faces do sucesso (sucesso positivo e negativo)

Sucesso é a realização alcançada dos objetivos ou pertencer a um nivel de status social elevado,é o oposto do fracasso,é ser visto de outra forma,é ser visto com admiração por outras pessoas por mais pífea que seja o motivador do seu sucesso,dependendo sempre do ponto de vista pessoal. A princípio o sucesso se tratando de TV, revistas e etc, vinha da arte, da música, da dança, do teatro, dos filmes,mas atualmente basta algumas aparições pra cair no gosto popular que, vai desde de pagar mico num show calouros na TV a ser hostilizada na faculdade por causa de um micro vestido.Cada sucesso tem sua proporção, sua intensidade, tem gente que faz sucesso na sua cidade assim como tem gente que faz sucesso no mundo inteiro.
A mídia faz do artista um brinquedo,horas coloca-o dentro dos programas dominicais da TV aberta e na capa das revistas teen e horas os trocam por outro rostinho bonito.Tem gente que tem talento de sobra pra ter sucesso mas infelizmente não tem e tem outros que estão na mídia porque ta na moda, sem talento algum. Infelizmente o Brasil não da valor ao verdadeiro artista.Tem aqueles que alcançam e se mantém nos paparazzo até o fim da vida, outros oscilam e outros despencam e somem da mídia de uma vez por toda.Sortudo é aquele que investe o dinheiro que ganhou com a fama em comércios, imóveis, grifes, haras, hotel fazenda e etc. Pena que alguns mesmo usfruindo ainda da riquesa que ganhou com a glória se deprime com a falta do brilho, da tietagem por estarem fora do perfil e dos padrões das emissoras de TV e buscam de toda forma voltarem ao estrelato. Por isso é comum ver artistas do passado participando de reality shows, atuando em filmes eróticos, sendo destaques na escola de samba ou se canditando a deputado federal, é como se fosse uma dependência, um vício, o sujeito não suporta a ídéia de andar na rua sem ser notado mesmo que a tietagem tivera sido pertubadora na época de fama do mesmo.
Mas tem uma outro tipo de sucesso que quero falar também, é do sucesso negativo dos ladrões que surgem constantemente nos telejornais do brasil, embora ladrão nenhum seja merecedor de algum sucesso. O sucesso é positivo para as câmeras comerciais instaladas nos estabelecimentos pra identificar o infrator que é pego em flagrante. Tem até político sendo flagrado por tais câmeras ocultas escondendo dinheiro de propina nas meias e cuecas.
Esse é um sucesso que ninguém quer ter:"Sorria, você esta sendo flagrado"

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ou! Nóis ta ino ai tá!?

Depois de decidir não sair de casa, mesmo sendo sexta-feira e aproveitar pra repor as energias gastas durante a semana, as 23 horas, ele tomou um banho, vestiu um short velho de praxte, tomou um leite quente com achocolatado,  se esticou na cama respirando fundo a espera do próprio sono, depois de fazer sua oração, assim como fazia todos os dias antes de dormir. Quando ele virou de lado, já com uma perna dobrada e outra não, relaxado,  já entre o sonho e a realidade, eis que toca o telefone. Se queixou achando que já era o despertador do seu celular, lhe chamando pra se levantar e se preparar pra viver o dia, mas não, a gente ás vezes não identifica certas coisas quando está com sono.

__ Alô.
__ Ou! Nóis ta ino ai tá.
__ Pra quê?
__ Pra gente sair
__ Pra onde?
__ Não sei
__Quem é?
__ Não se 'alembra' mais de mim?
__ Não sei quem é...
__ 'Se alembra' quando eu lhe 'truce' bêbado pra casa.
__ Hum...

Além de não identificar certas coisas quando se esta com sono, a gente também não identifica tais pessoas, ainda mais no telefone. Mas a pessoa que ligara, insistia no convite e dava detalhes de sua identificação, com a mania de morder o fio do telefone.

__ Num dia de festa no clube, um dia fraco, com 'menas' gente.
__ Hum...
__ Claro que não lembra né, no dia você nem olhava 'ni mim', mas veio com a cabeça apoiada 'ni mim, sem força, e pediu 'pra mim' entrar, 'pra mim' fazer café, depois me agredeceu dando um abraço 'ni mim'.
__ Aos poucos vou me lembrando.
__ Fico feliz
__ Qual é o seu nome?
__ Sílvia.
__ E quem vem além de você?
__ Eu, a Tata, o Júnior.
__ Legal.
__ Ou!
__ Diga.
__ Não liga não se eu falo errado.
__ Tudo bem, o importante é que eu entendi o que você quis dizer..
__ Obrigado__ Ela sorriu e depois insistiu__ Ou! Nóis ta ino ai tá!?
__ Pode vir.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Falem bem, falem mal, mas falem do Corinthians

Dia 31 de agosto de 2011, data prevista para o fim do aniversário de 100 anos do Corinthians, mas o presente que os mais de 30 milhões de torcedores sonhavam, não chegou, pois um time sem tradição e expressão alguma no futebol tirou destes, no dia 02/02 do mesmo ano.
O Corinthians é o time que tem a segunda maior torcida do Brasil e tem a maior torcida que torce contra, que junta as 3 torcidas dos 3 outros grandes rivais paulista e outros. Talvez essa torcida contra o Timão seja devido a grande exposição do time na mídia, por estar sempre em evidência.
Com o Corinthians é o seguinte, se ele perde 2 jogos em seguida, no dia segunte, as capas de jornais estamparão: "Crise no Parque São Jorge" e, se isso por acaso, acontece com outro time, por exemplo, o Santos, vão dizer apenas que o time perdeu 2 jogos e que logo irá se recuperar nos próximos jogos. Outro exemplo é, se um time como o Palmeiras, São paulo, não perdeu nenhum jogo do campeonato, até a data de hoje, vão dizer apenas que estes estão invictos, se  já é o Corinthians vão noticiar que: "Surge desde já o campeão Paulista 2011". No Corinthians é assim, falem bem, falem mal, mas falem do Corinthians, digo, aos olhos da imprensa.
 Jogar no Timão não é fácil, existe um peso enorme ao vestir a camisa desse time, a cobrança é maior se comparar aos demais times do mesmo estado. Mas essa cobrança veio em demasia pelos torcedores na manhã do dia 05/02 no Centro de treinamento do time Dr.  joaquim Grava, no Parque ecológico do Tietê, Zona leste de São Paulo. Mais de 300 torcedores esperavam pela chegada do ônibus do time, que foi recebido com agressões, xingos, ofensas, pedradas, pauladas, que a polícia interviu com tiros de bala de borracha e bomba de gás lacrimogêneo.
Isso porque no dia após a eliminação da pré-libertadores, torcedores encapuzados invadiram o clube, depredando carros do técnico, jogadores e funcionários que não tinham nada a ver com a derrota.
Por várias vezes nesse texto eu citei: "torcedores aguardavam", ou 'torcedores agrediram", ou "torcedores invadiram", mas na verdade não foram torcedores do Corinthians que fizeram isso, digo por que sou torcedor e não estava la na porta pra fazer aquela palhaçada toda. Dos 30 milhões, estavam apenas 300, que não considero torcedor do Corinthians. São torcedores de torcidas uniformizadas, que por fim torcem pra sí mesmo, que nem se importam pra futebol e sim pra cantar hinos em grupos e cutucar o insulto diante da torcida oposta. Isso acontece não só nas torcidas uniformizadas do Corinthians, e sim em todas as torcidas organizadas de todos times grandes do país.
Certamente, o torcedor adversário, destes que engrossam a maior torcida contra, sobre a segunda maior torcida do país, ao ler esse texto, esta pensando consigo mesmo: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco pra mim", mas convenhamos, o que me diz sobre tal violência desnecessária? Você apoiaria o mesmo, se acontecesse com a torcida do seu time?
O Corinthias saiu do rebaixamento de 2008, em seguida foi campeão paulista sobre o Santos e campeão da Copa do Brasil em cima do Internacional de Porto Alegre em 2009, sem perder um jogo, com espetáculos de dribles e gols do camisa 9 Ronaldo, sendo ovacionado e considerado o mais novo e maior ídolo do time, e hoje, após a eliminação da pré-libertadores, querem a cabeça do mesmo. Po... Tenha dó.
A cada jogo do meu time, eu visto uma camisa surrada e velha, com um patrocínio antiga ainda, cujo comprei no camelô e torço para que o alvi negro paulista ganhe, mas se perde tudo bem, a vida continua, pois é problemas deles, porém todo atleta, de qualquer modalidade, esta sujeito a perder ou ganhar, isso faz parte, mas o que eu nao entendo é torcida organizada ir na porta de centro treinamento, aguardar um time inteiro chegar, pra treinar, e recebe-los com pau e pedra O que a derrota do time mudará na vida destes que agridem, que xingam?
A mesma coisa aconteceu no aeroporto, após a eliminação da Seleção da copa, torcedores, ofendiam e pediam a caveira do Felipe Melo e do Dunga.
Pois dai eu pergunto, deputados aumentaram absurdamente seus salários enquanto o salário do trabalhador continua a mesma miséria de sempre. Porque estes que saem de casa pra xingar jogador em aeroporto e em CT, não vão la na porta do congresso reivindicar essa desigualdade? Por que não vão cobrar mais escolas, hospitais, segurança, saneamento, habitação?

"Toda manifestação é válida, mas sem violência, claro."

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O louco homem do Quarto/Mundo


Parecia até um boêmio carioca, daqueles do Leblon, que perambula a noite sozinho pelo largo da Marginal da praia, mas não, é um interiorano paulista que traje paletós velhos, usados e amarrotados, por cima de uma camisa do Santos Futebol Clube, que ganha dos Doutores locais ou que acha na rua, criando o seu próprio estilo, chique-vagabundo de ser.
Um dia ele me abordou e me exibiu um óculos escuro que não caia nada bem com seu rosto arredondado, face oleosa, com pelos mal distribuído por cortar e gotículas de água entre o lábio superior e o nariz pequeno, mas que o colocava e desfilava alegremente sem se importar com o ridículo.
Mas ele mal saia do seu quarto da casa velha de esquina aonde virava o ônibus coletivo da linha “Mini-Distrito/Cristo-Rei” e “São Judas/Jardim Soraia”. Os passageiros curiosos quando passam pescoçam, esbugalham seus olhos pra dentro da janela de madeira aberta que fica de frente pra rua, fitam e riem do seu cabelo crespo, alto e cortadinho dos lados, semelhando um panetone ou um caixa de jóias. Ele só saia de casa pra pedir dinheiro, mentindo e dizendo que era pra pegar o ônibus, o mesmo mini-Distrito/Cristo-rei ou São Judas/Jardim Soraia, mas quando alguém lhe dava, corria pro bar, enchendo sua garrafinha pet transparente com marcas sujas de digitais explícitas do lado de fora, pra beber em casa. Tinha gente que com pena dava o dinheiro que ele pedia, mas desconfiado de que não fosse pra tomar o ônibus coletivo, passaram a dizer não assim que ele pedisse. Nisso ele mudou a estratégia; pegava o dinheiro daqueles que ainda davam, esperava pelo ônibus coletivo no ponto, embarcava-o assim que encostava, mas durante o trajeto, mentia para o cobrador, dizendo que tinha esquecido o dinheiro, que o fazia descer no próximo ponto, que por sinal ficava em frente a um bar. Além de ganhar o dinheiro que pedia, enganava aquele que lhe dava e facilitava a sua locomoção até onde ele desejava ir. Essa era a estratégia do inteligentíssimo morador da casa velha.

                    PARE DE TOMAR A PÍLULA


Liga o seu rádio chiante e vive seu mundo dividido com pôsteres de filmes que foram sucesso nos anos 80 e atrizes americanas.
O louco homem já fez até um churrasco com uma só lingüiça no seu Quarto/Mundo com a trilha sonora de Raul Seixas, dançando, cantando e mexendo com as moças que transitava pela sua calçada. Tinha numa prateleira uma coleção de vinil antigo, onde se encontrava álbuns Júlio Iglesias, Odair José, Roberto Carlos, Tina Turner, Rita Lee. Fazia uma verdadeira suruba musical, riscando os discos brincando de DJ. Diz ele que já foi um DJ na vida.

                 EU NASCI, HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS...”

Populares que a conhecem se perguntam: “O que pensa o louco homem do Quarto/Mundo? Porque não trabalha uma vez que ainda é moço e tem força se livrando d euma vez dessa vida medíocre? Porque se submete ao próprio cárcere? E sua família o que pensa?” Curiosos que a descobrem temem suas maluquices, mesmo não lhe conhecendo bem. Pra mim ele não é maluco coisa nenhuma, é um estilo de vida, assim como é ser punk, ser gótico, ser cowboy, ele é isso que a gente vê, que não sabemos bem o que é, por prazer, por vaidade.
Adotou o “Maluco Beleza” como hino para a sua vida e se redime trancado no seu dormitório ou ‘Quarto/Mundo’ e às vezes conversa com um cachorro magro que fica preso numa corrente entre o muro e a parede do lado de fora do seu quarto.  Os pôsteres colados na parede de filmes de atrizes americanas próximo ao teto e uma placa de plástico escrito “DJ MIX”, ele diz que ganhou de um amigo... Mas que amigo? Se seus amigos são um rádio velho chiante, um vira-lata encarcerado num corredor sujo e um masso de cigarro amassado que umedece no bolso.

“Maluco Beleza” ou “Louco homem do Quarto/Mundo”, discriminado, excluído por parte da sua comunidade, esquisito e engraçado, às vezes chora às vezes ri, normalmente como qualquer ser humano, bebe cachaça, fuma seu
cigarro amassado e úmido, ouvi suas músicas no seu rádio velho que chia, se masturba e se redime trancado, vivendo a sua vida medíocre em um pequeno espaço, transformando o seu quarto em um mundo particular e bizarro... Em um Quarto/Mundo

Vagner Zaffani – 14/11/2002 – São José do Rio Preto (texto-7)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade

Cansado daqueles solos virtuosos e  intermináveis, de introduções longas e cheio de firulas, quatro rapazes de Nova York, com jaquetas de couro, calças rasgadas, calçando tenis All Star, que diziam não saber tocar, sem querer inventaram o punk rock, direto, simples e com poucos acordes, despertando a curiosidade e a critica mundial da música, abrangindo a novidade, que na qual influenciou bandas nacionais no final da década de 70 e até os dias de hoje. Bandas tais como: Replicantes, Ratos de Porão, Olho Seco,  D.F.C, Calibre 12, Excluídos, Aborto Elétrico, Não Religião, Restos de nada, Inocentes, Cólera, Mukekas de Rato e outros, tendo maior ênfase na Grande São Paulo, ABC Paulista e Brasília.
Billy disse a Doutora Regina, com o hálito de cigarro e o moicano recém umedecidos, que conhecia todas essas bandas, e que colecionava os vinil destas, guardando-os em um báu trancado, junto a pulseiras, bandanas e correntes, mas essa tal de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade(TDAH) ele não conhecia. A Doutora, sempre simpática, riu do que ele disse e explicou em termos técnicos, que essa tal de Déficit de Atenção com Hiperatividade, é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Seu Nome de Batismo era Marco Antônio, mas os punks do subúrbio o chamavam de Billy.
Billy fumava demais, se drogava demais, bebia muito, acordava de madrugada pra comer, não parava em emprego algum, não conseguia manter uma relação amorosa duradoura, se esquecia de tudo e não tinha paciência pra nada. Influenciado pela avó, que o criou, porém sua mãe não oa ceitava em casa, pelo seu estilo de vida, de agir, pensar, resolveu fazer um tratamento, indo toda semana na psicóloga, uma hora de sessão, pra tratar da inconfortável inquietação.
Ele me fez lembrar de quando tinha meus 16 anos, quando eu ouvia Ramones, Sex Pistols, Toy e Dolls, The Clash, Social Distortion, montei uma banda chamada Osteoporose, cujo o símbolo (desenhado por eu mesmo), era um velho de bengala e moicano, com meu amigo Marcel e compus uma musica chamada T.O.C (Trasntorno obsessivo compulsivo) e uma outra chamada "ratos cinzentos", me referindo a polícia. Mas banda não durou nada mais que um ensaio e, as músicas foram aproveitadas e tocadas, por uma banda chamada Delinquentes, no final da década de 90.
A doutora Regina prosseguiu e disse para Marco Antônio (Billy) abusar das agendas, dos calendários, palavras cruzadas, jogos da memória, deixar as coisas de utilidade sempre a vista, como carteira, documentos, beber menos, fumar menos, comer menos, não usar drogas e descarregar toda a energia com o esporte, caminhadas, dormir cedo, que logo essa ansiedade se ameniza.
Billy passou a partir daquele dia, seguir a risca as dicas da Doutora Regina, mas vivia recaindo em álcool, se esquecendo sempre de anotar na agenda suas obrigações do dia-dia.
O jovem punk suburbano, ganhou um baixo Tonante, usado, que a avó comprou num sebo e lhe deu de presente, mesmo não merecendo, chamou os amigos e formou uma banda. Enquanto os demais garotos do bairro, jogavam bola descalço e sem camisa na rua, ele e sua turma faziam barulho na dispensa dos fundos de sua casa, feliz da vida, abandonando a terapia e dizendo que sua ocupação agora é a música.