Na lei do reino animal prevalece sempre o mais forte, o mais hábil, o mais rápido, o mais sábio perante a caça, ou seja, o maior come o menor. Na lei do reino da infancia é quase a mesma coisa, o que muda é que o opressor oprime o mais fraco. Não entendeu? Então vou lhe dar um exemplo.
Feito abelhas alvoraçadas voando em bando em volta do próprio cacho apedrajado, são as crianças quando saem da sala após ouvir o soar do sinal para o intervalo do lanche. Correm como se fossem libertas de horas e horas de raciocinios lógicos e matemáticos, gramáticos, geográficos, históricos, como se o tempo de usufruir antes de retornar a sala fosse curtissimo, pois daí teriam que aproveitar o máximo desse próprio tempo.
Tem criança que esquece de comer e deixa o sanduiche de presunto azedar na lancheira, por querer jogar futebol de tampinha de refrigerante no pátio, lançar aviões de papel, brincar de pega-pega ao invés de comer o lanche e tem outras que além de comer seu próprio lanche obriga o outro a dar um pedaço do seu lanche também:
__ Me dê um pedaço da sua esfirra de frango agora e um gole do seu guaraná__ Impõe a criança opressora a outra.
__ Não darei de forma alguma, foi minha mãe que fez e só tenho esse pra me sustentar até o fim da aula__ Responde a outra criança oprimida e acoada diante da outra opressora.
__ Me dê se não lhe arrebento esses dentes que ainda estão por nascer__ Reforça o menor opressor
__ Sim...Sim
Nisso a criança opressora da as costas a outra criança oprimida, que por sua vez chora ao ver o opressor mastigando o lanche roubado sorrindo sadicamente aos demais amigos, que o acompanham pra também se assaciarem do ato maldoso.
O prazer de querer dominar o próximo é grande e se estende por todo intervalo de lanche da escola.
No caso, essa criança se torna um garoto cada vez mais popular e o outro foi tachado de 'bundão' diante da turma, pena que é uma popularidade negativa. Outro exemplo, uma roda de garotos se forma em volta de outro e pegam o boné deste jogando um para o outro colocando-o na roda:
__ Devolva-me!
__ Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha! ___ Ri a turma de amigos lançando o boné um para o outro
__ Devolva-me__ insiste o outro menino tentando pegar seu próprio boné
__ Ha, ha, ha, ha, ha, ha, ha
__ Buá, buá, buá, devolva-me__ insiste o menino com os olhos rasos d´agua.
Portanto, depois de ouviir a voz chorosa do garoto a turma de amigos devolve o boné, claro,se deliciando da atitude sádica.
Imagina se essa ganância por popularidade e poder fosse usada de forma positiva. Um outro exemplo, O professor de matemática na sala diria escrevendo a equação na lousa:
__ Duvido que alguém consiga resolver essa equação.
__ Farei a mesma em menos de 5 minutos.
__ Duvido__ Intima o professor mais uma vez.
No tempo previsto por ele mesmo, o popular exibiria a página do caderno com a equação já resolvida, em seguida sádicamente sorriria para os amigos admirados da mesma sala.
Como será a nova geração de adultos que esta por vir?